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REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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conjuntura
Em parceria com FGV, Abramat divulga novo
estudo sobre importações e competitividade
Estudo visa mostrar que são necessárias medidas no sentido de fortalecer
a competitividade
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de
Construção (Abramat), em parceria com a Fundação Ge-
túlio Vargas (FGV), divulgou uma análise da conjuntura
da cadeia produtiva da construção com o estudo intitula-
do Importações e Competitividade na Indústria Brasileira
de Materiais de Construção. O estudo aponta dados re-
ferentes à concorrência, produtividade, competitividade,
evolução do preço dos importados, dados agregados e de-
sempenho por segmento do comércio exterior de mate-
riais, desafios da competitividade, concorrências externas
e “guerra dos portos”.
O estudo, após colocar lado a lado a evolução das im-
portações e a produtividade na indústria brasileira de ma-
teriais, visa mostrar que são necessárias medidas no sen-
tido de fortalecer a competitividade, sobretudo “da porta
para fora” das empresas, com ênfase nos custos de logís-
tica, energia, tributação e mão de obra. O objetivo último
é favorecer a geração de renda e emprego no Brasil, sem
abrir mão dos incentivos concorrenciais e regulatórios
que incentivem a inovação e a qualidade, em benefício do
consumidor final.
A taxa de câmbio efetiva real, que é a medida da rela-
ção entre os preços dos produtos nacionais e dos importa-
dos, é um dos principais indicadores de competitividade.
Tendo isso acontecido por conta da valorização cambial,
a competitividade da indústria brasileira de materiais de
construção se reduziu em mais de 35% entre 2005 e 2011.
No mesmo período, o valor das importações de materiais
cresceu 15,5% ao ano em média. Para cada 1% de queda
nos preços dos importados em rela-
ção aos produtos locais, o valor das
importações de materiais cresceu
3%. A participação das importações
na oferta local do setor passou de 4%
em 2005 para 5,2% em 2008, che-
gando a 6,2% em 2011.
Comércio exterior de mate-
riais de construção
Desde 2010, a balança comercial
do setor tem apresentado resultados
negativos. Em 2011, o déficit supe-
rou US$ 1 bilhão. Considerando o
período 2008-2011 como um todo, a
reversão do saldo comercial foi de cerca de US$ 1,9 bilhão.
Entre 2005 e 2011, a queda passa para US$ 2,8 bilhões.
No acumulado, entre o período de 2005-2008, o valor
FOB das importações de materiais de construção avançou
US$ 1,8 bilhão, registrando taxa média de crescimento
anual de 37,8%. No mesmo período, o valor das expor-
tações avançou US$ 828 milhões, crescendo em média
8,7% ao ano. Já no período 2008-2011 o valor das impor-
tações avançou US$ 1,6 bilhão em termos acumulados, o
que resultou em crescimento médio anual de 15,5%. No
mesmo período, as exportações, no acumulado, recuaram
US$ 272 milhões, o equivalente a 2,5% de queda anual em
média.
Desafio da competitividade
A busca por maiores níveis de produtividade em um
setor submetido a crescentes pressões concorrenciais é a
reação que se espera, porém, a competitividade não é fru-
to somente da busca de eficiência de cada empresa, nem
o aumento contínuo da produtividade resulta em menor
pressão concorrencial. Na indústria de materiais, além da
pressão dos importados, têm peso relevante elementos
como os custos da energia e da logística de distribuição,
além do peso da carga tributária.
Isso significa que para competir de igual para igual em
condições sistêmicas com seus concorrentes estrangeiros,
a indústria nacional deveria desfrutar de custos semelhan-
tes de mão de obra, logística, tributação e energia.