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REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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panorama setorial
Desempenho da indústria química é
apresentado no encontro anual da Abiquim
A insuficiência de competitividade foi apontada como um dos principais fa-
tores para o déficit registrado em US$ 28,1 bilhões
A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) apresentou
em dezembro o cenário atual do setor e as perspectivas para 2013. O
balanço divulgado pelo vice-presidente do Conselho Diretor da Abi-
quim, Marcos De Marchi, revelou que a indústria deve encerrar o ano
com o déficit comercial de US$ 28,1 bilhões. De acordo com os dados
da entidade, o faturamento da indústria química no ano foi de US$ 153
bilhões. No entanto, o balanço é negativo: as exportações caíram para
US$ 15,1 bilhões, enquanto que as importações subiram para US$ 43,1
bilhões. Para combater esse déficit comercial e o risco de desindustria-
lização estão programados investimentos de US$ 22 bilhões até 2016.
Segundo De Marchi, a insuficiência da competitividade tem sido um
dos principais fatores dos números atuais da indústria química brasilei-
ra. Porém, o executivo salientou que “as demandas do setor, acordadas
com o Conselho de Competitividade do Plano Brasil Maior, estão mais
atuais e necessárias do que nunca, o que leva ao restabelecimento da
competitividade e atração de investimentos”.
O presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Henri Slezynger, de-
clarou que 2012 foi um ano difícil para a economia mundial e também
para a indústria química, prejudicada principalmente pelo câmbio va-
lorizado. “Não podemos continuar assistindo o crescimento contínuo
do déficit comercial do setor químico, que vem desde 2001, e atingirá
uma cifra de aproximadamente US$ 50 bilhões se não forem tomadas
medidas estruturais”, destacou.
Durante o evento, representantes de entidades da cadeia produtiva
de consumidores finais de produtos químicos - o presidente da Asso-
ciação Brasileira das Indústrias da Alimentação, Edmundo Klotz, o
diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil
e Confecção, Fernando Pimentel, o assessor econômico da Associa-
ção Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, Carlos Cavalcanti, o
presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Mate-
riais de Construção, Walter Cover, e o vice-presidente da Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Auto-
motores, Luiz Moan Yabiku Júnior - discuti-
ram os desafios de cada setor, as tecnologias
e inovações da química que contribuem para
seu desenvolvimento, além das oportunidades
futuras que reforçam a parceria com a indús-
tria química.
O ex-ministro Delfim Netto destacou a
importância da parceria entre indústria e
governo para o bom desempenho da econo-
mia mundial e brasileira. “O governo acha os
senhores muito ruins e os senhores acham o
governo muito ruim. Nenhum dos dois tem
razão. A confiança é a roda dentada que faz o
Estado e o setor privado trabalharem juntos,
para produzir o desenvolvimento”, disse.
O diretor de abastecimento da Petrobras,
José Carlos Cosenza, apresentou o planeja-
mento estratégico da empresa para os próxi-
mos anos. “O plano está fortemente alicerçado
na análise de desempenho, ou seja, metas físi-
cas e financeiras para cada empreendimento,
disciplina de capital, garantia de que os ne-
gócios estejam alinhados à ‘financiabilidade’,
além de buscar o óleo que está disponível”,
afirmou Cosenza. Ainda de acordo com o di-
retor, atualmente, a produção de petróleo é de
2 milhões de barris/dia, e para 2020 a estima-
tiva é de 4,2 milhões de barris/dia.
Marcos De
Marchi, vice-
presidente do
Conselho Diretor
da Abiquim