Revista ConstruChemical - Edição 28

REVISTA CONSTRU CHEMICAL 17 PESQUISA (com ar condicionado), manutenção e destinação final de janelas brancas de PVC e alumínio, considerando varia- ções térmicas diferentes, em cidades como São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Natal (RN). A análise passou por uma re- visão externa realizada pelo TÜV Rheinland, instituto in- dependentepara inspeção técnica e certificação.A janelade PVC apresentoumelhor desempenho ambiental em 10 das 11 categorias analisadas em relação à janela de alumínio. Em todoomundo, já são630 estudos concluídos com estas metodologias.NaAméricaLatina, regiãode responsabilida- dedaFEE, desde2005 foram realizados98estudosparaem- presas dos segmentos agronegócio, alimentício, construção, cosméticos, celulose e papel, petroquímico, químico, têxtil, tintas, entreoutros. PesquisadaUFSCar transforma resíduoda queimadobagaçodacanaemareia ENTREASVANTAGENSESTÃOMAIORESDURABILIDADEERESISTÊNCIADOCONCRETO;TRABALHO RECEBEUPRÊMIODEEXCELÊNCIAEMPESQUISADACAPES Obagaçoéumdosprincipaisresíduosdoprocessamentodacanadeaçúcar; éumpoluenteambiental quandodescartadodemodo inadequadona terraou próximo a rios. Uma dasmaneirasmais comuns de reúso dessematerial é a queimaemcaldeiras,gerandoenergiaparaaprópriausina.Porémessaqueima gera umoutro resíduo, conhecido como areia da cinza dobagaçode cana de açúcar(ACBC).Pornãopossuirnutrientes,esseresíduo tambémconfiguraum sérioproblemaambiental.Aestimativaéquecercade4milhõesdetoneladasde ACBCsãodescartadosanualmentepelasusinasnoBrasil.Pensandonisso,pes- quisadoresdaUniversidadeFederaldeSãoCarlos(UFSCar)desenvolveramum estudoqueobteveduas importantes inovações: a simplificaçãodoprocessode transformaçãodobagaçoemACBCeousodelanaconstruçãocivil,substituin- doparcialmenteaareiaretiradadomeioambienteparaaproduçãodeconcreto. Um dos reúsos para a areia da cinza do bagaço de cana de açúcar pesquisa- do atualmente é a transformaçãodessematerial em cimento. Porém essepro- cesso implica longos períodos demoagem e altas temperaturas para queima (calcinação), o que o torna demorado e de alto custo. Na pesquisa da UFS- Car foi utilizado um processo simples e demenor custo. Nele, aACBC pas- sa por uma etapa de peneiramento, que pode sermanual, e umamoagemde apenas três minutos visando a padronização granulométrica das partículas, ou seja, paraque elas fiquem com tamanhopróximo aoda areianatural.Ou- tro resultado éque esteprocesso transformou aACBC em areiaquepode ser utilizada na construção civil, especificamente na composição de concretos, vigas, entre outros materiais. A areia resultante deste processo pode substi- tuir em até 30% a areia retiradadanatureza, oque significa a reduçãodouso da areia natural e, consequentemente, a diminuição do impacto ambiental. Outras vantagens da areia resultante daACBC em relação à areia natural es- tãona composiçãoquímica enagranulometria (tamanhodos grãosde areia). Por ser mais fina, a nova areia permite “fechar” os pequenos poros (abaixo de 150 micrô- metros), o que diminui a po- rosidade do concreto quando comparado ao concreto con- vencional, resultando em uma maior durabilidade doproduto. “Com menos poros e menos vazios, menor é a possibilidade de degrada- ção do material”, explica Fernando do Couto Rosa Almeida, mestre em Estruturas e Cons- trução Civil pela UFSCar e responsável pelos estudos. Testes também mostraram maior resistência do concreto em “ataques” de clo- retos em armaduras (ferros de construção). Apesquisa foidescritanoartigo“SugarcaneBa- gasseashsand(SBAS):BrazilianAgroindustrial by-product foruse inmortar”,deautoriadeAl- meida, e publicadonoperiódicoConstruction BuildingMaterial.O trabalho foiovencedordo Prêmio Capes-Natura Campus de Excelência em Pesquisa 2015, no tema Sustentabilidade: novos materiais e tecnologias. A pesquisa de mestrado, que serviu como base para o artigo, foi orientada por Almir Sales, docente doDe- partamento de Engenharia Civil (DECiv) da UFSCar, e realizada no âmbito do Grupo de EstudosemSustentabilidadeeEcoeficiênciaem ConstruçãoCivil eUrbana (GESEC), liderado porSales, equeestudaesta temáticahá10anos. FernandodoCoutoRosaAlmeida,mestre emEstruturas e ConstruçãoCivil pelaUFSCar e responsável pelos estudos; eAlmir Sales, docente doDepartamentodeEngenharia Civil (DECiv) daUFSCar e orientador do estudo (créditos: FabricioMazocco)

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