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REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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ENTREVISTA
que eles fazem a obra andar quan-
do comparada a uma obra que não
leva esses produtos. Por ela se tornar
mais técnica, ela consegue se desen-
volver de maneira muito melhor, a
ponto de encurtar o período da obra
de maneira significativa. Hoje, o
grande objetivo na construção civil
é encurtar o período de uma obra.
Tempo é dinheiro e significa menos
mão de obra quando se consegue
encurtar o seu período. No final, so-
mados os custos, isso representa um
benefício muito grande, seja para a
construtora ou para quem está ad-
quirindo o empreendimento.
Revista ConstruChemical - O que o
senhor classifica como entraves para
esse setor?
Marcelo Leonessa -
O grande
problema do setor de químicos para
construção civil como um todo é o
baixo nível de regulamentação. E
quando não existe regulamentação
não existem regras bem definidas. O
que é hoje uma especificação de um
produto ou mesmo de uma obra fi-
nal do ponto de vista técnico? O que
é um concreto técnico? Isso é uma
coisa muito importante e que tem
que ficar claro para todos que estão
atuando nesse mercado.
Revista ConstruChemical - Existe
algum movimento nesse sentido?
Marcelo Leonessa -
Eu diria que
ainda não, é muito incipiente, mas
deve tomar corpo muito rapida-
mente. Isso é muito importante para
todos e o grande beneficiado é o
cliente final.
Revista ConstruChemical - Exis-
te algum projeto de investimentos
nessa área por parte da companhia?
Marcelo Leonessa -
A BASF é cada
vez mais uma empresa que se dife-
rencia por todo o investimento que
ela faz nesse segmento de químicos
para construção. É um movimento
bastante intenso e temos liderado
uma série de investimentos em pro-
dutos que visam sustentabilidade;
melhor maleabilidade, por exem-
plo, no caso de concreto; aumento
da performance de linha de produ-
ção de cimento com melhoria de
processo, reduzindo insumos e de
consumo de energia. A BASF preza
muito pelo investimento em tecno-
logia, segurança, processos, quali-
dade de matérias-primas e insumos,
destinação de resíduos, entre outros
Revista ConstruChemical - Os pa-
íses emergentes estão aquecidos
no mercado de construção civil. O
que hoje representa o Brasil dentro
dessa unidade global de negócios?
Marcelo Leonessa -
A Ásia e o
Oriente Médio são considerados
“canteiros de obras” do mundo. Du-
bai teve uma grande explosão da
construção civil nas áreas comercial,
residencial e de infraestrutura. Os
Emirados Árabes também se des-
tacam. Mas a China é um país que
está sendo praticamente reconstru-
ído e é o grande mercado e não dá
para comparar com Brasil, porque
são dimensões diferentes. Mas, de
qualquer maneira, são dois merca-
dos muito atrativos, cada qual com
seu tamanho, e temos que aproveitar
as oportunidades desses mercados
emergentes.
Revista ConstruChemical - O se-
nhor se refere aos tamanhos, mas
o déficit habitacional no Brasil é
muito grande...
Marcelo Leonessa -
É brutal. O úl-
timo número de déficit habitacional
no Brasil que eu vi era de cerca de 15
milhões de residências. Mas quan-
to menor a obra, menos técnica ela
é e menos demanda químicos para
construção. No entanto, com o con-
ceito de se construir grandes con-
domínios populares, para as cons-
trutoras é importante melhorar a
velocidade e a especificação da obra.
Eu diria que, hoje, no mercado, seja
ele comercial, residencial ou indus-
trial, a BASF tem presença em quase
toda a cadeia.
Revista ConstruChemical - O Bra-
sil também tem uma necessidade
grande de obras de infraestrutu-
ra...
Marcelo Leonessa -
Sim. Hoje, nós
somos fornecedores da usina hidre-
létrica de Santo Antônio, um dos
grandes projetos de usinas hidrelé-
tricas no Brasil. Deve começar em
breve a usina de Belo Monte, e tam-
bém toda a infraestrutura que vão
demandar a Copa do Mundo e as
Olimpíadas, com as grandes obras
dos estádios, onde estamos pre-
sentes com o fornecimento de uma
série de aditivos para concreto, de
pisos e revestimentos. Ou seja, tem
muita obra de infraestrutura aconte-
cendo e que vai acontecer até 2014,
e apesar de algumas estarem atra-
sadas, esses atrasos vão ser sanados
ainda neste ano. E é aí que os quími-
cos para construção podem ajudar,
agilizando o processo.