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CONSTRU
CHEMICAL
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A química na construção civil
tabilidade, menor VOC e origem natural de alta estabili-
dade”, entende Marina.
Entretanto, as indústrias brasileiras não estão paradas.
Há grandes fabricantes nesse setor, que investem em pes-
quisa e desenvolvimento, em produtividade, tecnologia,
recursos humanos e apresentam resultados positivos nes-
se sentido. A Viapol é um exemplo bem sucedido neste
campo. Em 2009, a empresa inaugurou uma unidade fa-
bril de aditivos químicos para construção civil (concreto e
argamassas) na planta de Caçapava (SP), que marcou um
importante aumento no mix de produtos da empresa.
Dessa iniciativa surgiram três novas divisões: Aditivos
para Concreto e Argamassas; Pisos Industriais; e Recu-
peração e Reforço Estrutural. A fábrica de aditivos para
concreto e argamassa recebeu investimentos de R$ 2,5 mi-
lhões, com capacidade instalada de 20 mil toneladas/ano,
em cada turno, onde são produzidos plastificantes para
concreto e argamassas; polifuncionais, superplastificantes
e hiperplastificantes para concreto; aceleradores e retarda-
dores de pega; estabilizadores de hidratação; líquidos de
cura e auxiliares.
“A fábrica diferencia-se pela agilidade, flexibilidade e
qualidade, conta com modernos misturadores e sistemas
de transferência que permitem uma produção ágil por
meio de sistema informatizado. Com isso, seus 16 tanques
de produtos podem rapidamente ser preenchidos e trans-
feridos para caminhões, tambores e contêineres, atenden-
do o mercado nacional e sul-americano”, informa Grana-
to, da Viapol.
Tendências
Considerando o grau de desenvolvimento planejado
no Brasil e a necessidade de infraestrutura para um cresci-
mento continuado da economia, existe uma forte tendên-
cia de aceleração no que se refere ao maior grau de indus-
trialização do segmento e, consequentemente, maior nível
de exigência e sofisticação do mercado da construção.
Nesse panorama, o segmento de químicos para constru-
ção é um dos vetores para viabilizar esse desenvolvimento
a curto e médio prazo.
Nesse cenário interessante de crescimento previsto
para os próximos anos, fortemente influenciado pelo au-
mento de crédito, demanda por infraestrutura e moradia,
acredita-se que os pilares que direcionarão os novos de-
senvolvimentos ainda estarão pautados em sustentabili-
dade, baixo VOC, proteção ambiental, uso consciente dos
recursos, e investimento em matérias-primas e aditivos
que sejam convenientes e de alta eficiência, tanto na obra
quanto para o consumidor final (auto nivelamento, pre-
-packaged, pré-moldados, sistemas decorativos e pigmen-
tados e ingredientes sinérgicos que permitam otimizar a
performance das novas tecnologias de superplastificantes
em uso no mercado).
Para Oliveira, da Aromat, a busca por sistemas mais
eficientes deve continuar em evidência, principalmente
com os elevados custos de mão de obra. “A pressão in-
flacionária nos preços de serviços obrigam as empresas a
buscar novas tecnologias que possam ser executadas em
menor tempo e atendam os padrões de qualidade exigidos
pelo mercado”.
Viviane, da Daltomare, concorda que ma-
teriais que proporcionam maior rapidez nas
construções e redução de custos seguem sendo
bem vindos. “No entanto, assim como em ou-
tros mercados, existe uma tendência para o de-
senvolvimento de produtos sustentáveis e, ao
mesmo tempo, com desempenho superior em
termos de durabilidade e outras características
técnicas, o que é um desafio interessante”.
Já Viviane, da Huntsman, é enfática em afir-
mar que uma grande tendência da indústria
química, de um modo geral, é a constante busca
por produtos “inteligentes”. “Produtos multifun-
cionais, com melhor performance, sustentáveis e
que ainda reduzem os níveis de desperdício estão
se tornando parte também da indústria da cons-
trução. Muitas construções brasileiras já seguem
os critérios LEED (Leadership in Energy and En-
vironmental Design) de construção sustentável,
como é o caso de grande parte dos estádios que
serão construídos por todo o Brasil. A própria
Fifa recomenda fortemente que os estádios e ou-
tros complexos esportivos sigam os padrões de
sustentabilidade.”