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REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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revestimentos uretânicos
Concreto sustentável com resídu-
os industriais
Inovador no Brasil e exterior, material que
acaba de ser patenteado tem as mesmas ca-
racterísticas do concreto convencional
Em São Carlos, ci-
dade do interior de São
Paulo, uma pesquisa
doInstitutodeArquite-
tura e Urbanismo da
USP (IAU-USP), real-
izada em parceria com
a Escola de Engen-
haria da USP (EESC),
descobriu uma forma
de produzir concreto a
partirdautilizaçãode resíduos industriais.
A tecnologia, denominada “concreto não estrutural”, foi patenteada
em julho e está pronta para ser incorporada nomercado. Umdos pes-
quisadores responsáveis pela concepção e produção do concreto eco-
friendly, professor JavierMazariegosPablos, explicaqueonovomaterial
é resultado de uma combinação de areia de fundição aglomerada com
argila e escóriade aciaria oude alto-forno, resíduos convencionalmente
despejados em aterros industriais por companhias siderúrgicas e de
fundição. “Auniãodessesmateriais comometacaulim, emsuas respec-
tivas proporções, permitiu a obtenção de um concreto mais resistente
queoconvencional.Conseguimos alcançaruma resistênciade56MPa,
enquanto a resistência do concreto convencional varia entre 25 e 30
MPa”, revelaPablos.
Por ser não estrutural, o novo material descoberto pelos pesquisadores
do IAU-USP não deve ser empregado em estruturas, como pilares e vigas.
Mas seu uso ainda é amplo, uma vez que a partir deste concreto é possível
fabricar bloquetes, guias, grelhas, sarjetas, contrapisos, blocos para alvenaria
devedaçãoequaisqueroutraspeçasdeusonãoestrutural.
Outro benefício do concreto não estrutural é a obtenção do material a
partir da encapsulação de resíduos sólidos, processo também conhecido
como solidificação/estabilização (tecnologia S/S). Essa técnica permite que
os resíduos que compõemo concretonão estrutural soframumprocessode
desintoxicação ou restrição de sua capacidade de solubilização, tornando-os
menos tóxicos aoambiente.
“A produção do concreto não estrutural, por outro lado, envolve o
aproveitamento de resíduos sólidos industriais que são direcionados
para a cadeia produtiva, aumentando sua eficiência e sustentabilidade.
O impacto ambi-
ental também é
reduzido à me-
dida que se re-
cupera matéria e
energia, visando
maior preserva-
ção dos recursos
naturais”, avalia
Pablos.