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REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
65
artigo técnico
Estruturas de madeiras
Na hora de escolher, é sempre importante estar bem informado sobre os melhores
tipos, o melhor tratamento e a manutenção correta
* Por Ennio Lepage
Na hora de construir, há que se levar em conta uma série de detalhes
para que a obra atinja seu objetivo de ser um local aconchegante, bonito
e de fácil manutenção. Se preferir utilizar estruturas de madeiras aparen-
tes, no caso de emprego de madeira nativa dotada de resistência natural
aos agentes xilófagos, uma lista de espécies para cada tipo de utilização
tem de ser dinâmica, isto é, deve estar de acordo com a disponibilidade
de mercado, que é variável ao longo do tempo. De forma objetiva, en-
tre as madeiras nativas disponíveis mais usadas podem ser citadas: ipê
(Tabebuia sp), cumaru (Dipteryx odorata), itaúba (Mezilaurus itauba) e
jatobá (Hymenaea courbaril).
Como alternativa, para essas estruturas podem ser usadas madeiras de
reflorestamento (Pinus e eucalipto) preservadas, de acordo com as nor-
mas brasileiras pertinentes. A NBR 7190 – Estruturas emmadeiras é uma
excelente ferramenta que busca orientar engenheiros e projetistas no em-
prego de madeiras nas mais diferentes condições de usos, orientando so-
bre sistemas de tratamento e preservativos indicados para aumento da
durabilidade do sistema construtivo.
O clima da região da obra não deve interferir na escolha da madeira.
É claro que em condições adversas (alto índice pluviométrico e elevada
temperatura) aumentam o risco biológico potencial. Entretanto, madeira
nativa de elevada resistência natural ou de reflorestamento com trata-
mento adequado estão suficientemente protegidas contra fungos apodre-
cedores e insetos.
Para compor a estrutura, no caso de madeira preservada ela deve rece-
ber o tratamento em suas dimensões finais. Se isso não for possível deve
ser feito um tratamento tópico nos locais onde não houve. Outro ponto
básico consiste na adoção de medidas, na fase de projeto, que minimizem
o aprisionamento de água ou a exposição desnecessária de superfícies
de topo, perpendiculares às fibras da
madeira, ao umedecimento com água
da chuva.
Inimigos da madeira?
Os inimigos popularmente conheci-
dos da madeira são os cupins e o fogo,
porém é preciso esclarecer que a tecno-
logia da preservação de madeiras serve
de resposta para aplicação das madei-
ras de baixa resistência biológica como
elemento construtivo em áreas de gran-
de agressividade, como exposição ao
intemperismo, umidade permanente
e contato direto com o solo. Os proje-
tistas têm a sua disposição madeiras
de elevada durabilidade natural, como
as espécies nativas de procedência le-
gal e as espécies exóticas como pinus
e eucalipto que mediante tratamentos
industriais com preservativos normali-
zados podem oferecer grande durabili-
dade, mesmo expostas a condições de
alta agressividade. Muito se tem falado
sobre o fogo. É certo que a madeira é
um material combustível, porém, o fato
de ser um grande isolante térmico faz