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REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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sustentabilidade
Loteamentos sustentáveis: o desafio das
empreendedoras
Desenvolver projetos que priorizem a preservação dos recursos naturais é um
dos pilares da Cemara Loteamentos
Implantar loteamentos cada vez mais comple-
tos, com amplas áreas de lazer e moderna in-
fraestrutura, causando o mínimo impacto ao
meio ambiente é, hoje, um dos principais desafios
enfrentados pelas empreendedoras. O engenheiro
Valdir Folegatti, da Cemara Loteamentos, explica
que um empreendimento que tem como pilar a
sustentabilidade deve priorizar a preservação dos
recursos naturais dos espaços construídos e a im-
plantação de projetos de paisagismo e arborização.
Segundo Folegatti, as áreas onde serão implan-
tados os loteamentos geralmente já se encontram
degradadas, possuem foco de erosão e as margens
de córregos estão desprotegidas. “As sondagens
e elaboração do laudo geotécnico vão apontar as
condições do solo. Então, melhoramos essas áreas
em termos ambientais, criando um espaço onde
as pessoas possam viver com qualidade e saúde”,
explica. O gerente de engenharia da Cemara Lote-
amentos, Alexandre Costa Lima, cita que o tra-
balho envolve uma equipe multidisciplinar, que
deve pensar em todas as etapas, desde o projeto de
implantação até a execução das obras.
Uma das ações que envolvem a recuperação das
áreas verdes é o projeto de plantio e enriqueci-
mento com espécies nativas. “Além disso, é preci-
so fazer um estudo cuidadoso para adequar as es-
pécies à infraestrutura do loteamento, levando em
consideração o porte e as características de cada
uma”, afirma o supervisor de engenharia, Bruno
Rodrigues Factore. Após o plantio, a loteadora faz
um Termo de Compromisso de Recuperação Am-
biental (TCRA), assumindo o compromisso de
monitorar essas espécies por dois anos, garantin-
do o seu desenvolvimento.
A terraplenagem também deve receber atenção
especial. “Toda a infraestrutura deve ser projetada
para promover melhorias ambientais na área de
implantação do loteamento, para oferecer quali-
dade de vida e bem-estar para os futuros mora-
dores e acaba proporcionando benefícios para
todo o entorno do empreendimento”, conclui Fo-
legatti.
Pioneirismo
Numa iniciativa pioneira, a Cemara Loteamentos uti-
liza material reciclado na base e sub-base dos pavimentos
em seus empreendimentos, resultando na preservação dos
recursos naturais e na qualidade das obras, já que esses
materiais conferem maior durabilidade e estabilidade ao
pavimento. Segundo Tarcísio de Paula Pinto, urbanista e
diretor técnico da I&T Gestão de Resíduos, o uso de ma-
teriais agregados não é tendência, é obrigação legal. “A
lei número 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos, demorou 20 anos
para ser aprovada, mas nasceu com força. Ela coloca a re-
sponsabilidade para toda a cadeia produtiva, durante todo
o clico de vida dos materiais e resíduos da construção”, diz
o urbanista.
Lazer integrado à natureza
O planejamento das áreas de lazer de empreendimen-
tos sustentáveis deve contemplar os recursos naturais já
existentes no local, cita a arquiteta e urbanista da Cemara
Loteamentos, Raquel Dei Santi. Um exemplo de integração
da natureza com os itens de lazer é o Residencial Imigran-
tes, loteamento fechado em Nova Odessa. De acordo com
a arquiteta, a área verde do local foi preservada e espécies
como jatobá, ipê e castanheira formam a paisagem da pista
de caminhada, do playground e das churrasqueiras.