Revista ConstruChemical - Edição 22 - page 30

REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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CONJUNTURA
Demandaevendas internas caementre
janeiroe julhode2015, apesardamelhora
De acordo com dados preliminares do Relatório de Acompanha-
mento Conjuntural (RAC), divulgados pela Abiquim, o índice de
quantum das vendas internas dos produtos químicos de uso indus-
trial cresceu 17,62% em julho de 2015, em relação aomês anterior.
Essa alta, no entanto, é atribuída àbasede comparaçãodeprimidado
períodode abril a junho, ocasião emque as vendas acumulamqueda
superior a 20%. Todavia, de janeiro a julho de 2015, sobre igual pe-
ríodo do ano anterior, o índice de vendas internas apresentou retra-
çãode3,70%.Nomesmoperíodo, o consumo aparentenacional, que
medeademandaeaatividadefinal, também tevedeclínioem relação
a igual períodode 2014, com resultadonegativode 4,1%.
Por outro lado, a produção apresentou leve alta de 1,61%no acu-
mulado de janeiro a julho de 2015. Esse resultado foi possível pela
elevação das exportações e, principalmente, pela base deprimida de
comparação dos primeiros setemeses do ano passado, por conta de
paradas para manutenção. A desvalorização do real em relação ao
dólar também ajudouno resultadodas exportações de produtos quí-
micos, que cresceram, em volume, 15,3% sobre igual períododo ano
passado. Apesar da alta expressiva, as exportações representam uma
fatia pequena de tudo o que se produz localmente, em torno de 10 a
15%. Já o volume de produtos químicos importados acompanhados
nessa análise apresentou recuode 16,9%nos primeiros setemeses de
2015.
No que se refere à utilização da capacidade instalada, importante
parâmetrode competitividade para o setor, a taxa dos primeiros sete
meses do anoficou em 79%, umponto acima dopatamar registrado
em igual períododo anopassado.Mesmo com leve aumento, aocio-
sidade é considerada elevada para os padrões de produçãoda indús-
triaquímicamundial eacaba forçandoas empresas a realizaremmais
paradas para manutenção, gerando custos adicionais aos processos.
Vale lembrar que o nível de operação tem permanecido ao redor de
80% desde 2009. Essas plantas deveriam estar operando entre 87%
e 90%, o que seria um nível mais dentro do padrão de normalidade
parao segmento.Noque se refereao índicedepreços, houveelevação
nominal de 3,15%no acumuladode janeiro a julhode 2015, sobre o
mesmoperíododo ano anterior.
Na comparação dos últimos 12meses, de agosto de 2014 a julho
de 2015, sobre os 12meses imediatamente anteriores, os índices de
produção ede vendas internas exibem as seguintes variações: produ-
ção +0,26% e vendas internas -3,05%. O índice de preços registrou
recuo nos dois primeiros meses do ano, especialmente pela queda
no mercado internacional, com resultados de -0,83% em janeiro e
de -8,93% em fevereiro. Porém, os preços voltaram a apresentar ele-
vações nos últimos cincomeses, puxando a média geral para cima.
Com isso, a variação nominal de preços acumulada de 12 meses é
de+11,0%.Descontadosos efeitosda inflação
(levando-se em consideração o IPA-Indústria
de Transformação, da FGV), os preços mé-
dios reais do segmento de produtos químicos
de uso industrial subiram 3,9% no acumula-
do dos últimos 12 meses encerrados em ju-
lho. Se for utilizado o dólar como deflator, os
preços reais estão 25,8% abaixodoque foram
nos últimos 12meses anteriores (e já haviam
ficado 5,4% abaixo em 2014, especialmente
pela desvalorização do real frente ao dólar).
A ocupação das plantas foi de 80% namédia
dos últimos 12meses, percentual que vem se
mantendo estável nesse patamar nos últimos
meses.
A diretora de Economia e Estatística da
Abiquim, FátimaGiovannaCoviello Ferreira,
alerta que, embora no início deste ano as im-
portações estivessemmais contidas, há, no se-
tor, preocupação com adesaceleraçãoda eco-
nomiamundial, especialmenteChinaealguns
paíseseuropeus, emrazãodareduçãoqueesse
ritmo menor trará à demanda de produtos
químicos: “Como a indústria química opera
em regime de processo contínuo e não pode
fazer reduções abruptas na produção para se
adequar à demanda sem trazer prejuízos às
operações, devem se elevar os excedentes de
produtosnomercado internacional”.Aexecu-
tiva tambémdestacaa indústriaquímicaame-
ricana, que passa por uma fase de ganhos de
competitividade em relação aoBrasil. A tarifa
de energia elétricanos EUA, por exemplo, re-
presentametadedabrasileira eopreçodogás
natural por lá équatrovezesmais baixo.
Ogoverno temdado sinaisdeque estápre-
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