Revista ConstruChemical - Edição 34

REVISTA CONSTRU CHEMICAL 23 ARTIGO A questão da energia está entre as megatendências que são desafios para a sociedade e que têm sido direciona- dores para pesquisa e inovação. Iniciativas para atender a demanda energética e garantir a proteção climática, a par- tir do uso sustentável dos recursos, são essenciais, prin- cipalmente no setor da construção. A indústria da cons- trução é responsável pelo consumo de quase metade de toda a energia produzida no mundo, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). Dados do Conselho Bra- sileiro de Construção Sustentável (CBCS) apontam que as edificações consomem cerca de 50% da energia elétrica do Brasil, durante a fase de uso e operação. Avanços importantes têm sido alcançados por países que investiram em incentivos ao desenvolvimento de no- vas tecnologias na área energética. É o caso da geração de energia solar que tem crescido de forma relevante em todo o mundo, impulsionada por países como a China, que alcançou cerca de 40% de toda a capacidade solar ins- talada globalmente em 2016. A Alemanha também vem se destacando como país modelo na geração solar, com a maior capacidade instalada por pessoa: quase 500 watts “AVANÇOS IMPORTANTES TÊM SIDO ALCAN- ÇADOS POR PAÍSES QUE INVESTIRAM EM IN- CENTIVOS AO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS TECNOLOGIAS NA ÁREA ENERGÉTICA. É O CASO DA GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR QUE TEM CRESCIDO DE FORMA RELEVANTE EM TODO O MUNDO, IMPULSIONADA POR PAÍSES COMO A CHINA, QUE ALCANÇOU CERCA DE 40% DE TODA A CAPACIDADE SOLAR INSTA- LADA GLOBALMENTE EM 2016” Eficiência energética é vetor de oportunidades em desenvolvimento sustentável * Giancarlo Tomazim para cada habitante. É uma tendência mundial que garan- te energia limpa e com importante economia de recursos financeiros. No Brasil, a microgeração e minigeração de energia so- lar vêm ganhando força a partir da Resolução Normativa nº 687/2015 da Aneel, que melhorou a relação entre quem gera energia solar e as distribuidoras. A geração pelo sis- tema fotovoltaico pode ser utilizada para complementar a energia elétrica convencional e pode ser conectada à rede pública de forma simplificada. Ou seja, a geração atende o consumo local e pode entregar o excedente à rede, retor- nando ao consumidor em forma de créditos em energia. Por enquanto, apenas 0,02% das unidades consumidoras do país utiliza esse tipo de geração, segundo dados apura- dos em 2017 pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Há muitas oportunidades de avanço nesse setor. Além da geração, há inúmeros recursos para garantir a eficiência energética na construção e operação das edifi- cações. A escolha de eletrodomésticos com selo de baixo consumo e aproveitamento da luz e ventilação natural são medidas de fácil acesso. Há também a utilização de janelas com vidros duplos que melhoram a proteção térmica ou vidros com tratamento tecnológico para diminuir a inci- dência de calor na área interna, materiais construtivos que reduzem a transferência de calor entre os ambientes e ofe- recemmelhor isolamento térmico e até mesmo pigmentos frios que promovem a reflexão do calor solar, mantendo a superfície fria mesmo em cores escuras. Soluções como estas foram aplicadas na CasaE, da BASF, contribuindo de forma importante para a sua ecoeficiência. Um planejamento integrado, o uso de tecnologias que melhorem a eficiência energética desde o projeto até a operação das edificações e o incentivo à geração de ener- gia de fonte renovável são fatores essenciais para melhorar o cenário. E não devem ser encarados como obstáculos ao desenvolvimento, mas como uma forte demanda por inovação que gera inúmeras oportunidades. * Giancarlo Tomazim é gerente de estratégia do time de Indústria de Construção Civil para a América do Sul da BASF

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