Por Alexandre Pierro
A ISO de Inovação é a maior aliada de empresas de todos os portes e segmentos que desejam apostar na governança de inovação como forma de crescimento e destaque no mercado. Publicada em julho de 2019, cerca de 600 empresas já aderiram à esta metodologia, sendo 13 só no Brasil. Entre elas, está a OEC, evidenciando todo o potencial deste framework internacional no setor de construção civil.
Resultado de 11 anos de estudos de um comitê que reuniu mais de 60 países, esta norma tem oito pilares fundamentais: direção estratégica, abordagem por processos, realização de valor, liderança com foco no futuro, cultura colaborativa, adaptabilidade e resiliência, gestão de incertezas e gestão de insights. Com a estruturação de um manual de governança, a empresa passa a ter um verdadeiro mapa com a sua rota para a inovação.
A norma considera que uma inovação pode ser um produto, serviço, processo, modelo, método ou a combinação de qualquer uma delas. Contudo, o conceito de inovação é caracterizado por novidade e valor. Isso significa que ideias sem manifestação de valor são consideradas invenções e não inovações. Na prática, a empresa precisa sempre buscar por resultados, sejam eles financeiros ou não financeiros.
Olhando especificamente para o setor da construção civil, percebemos que há muitas possibilidades de geração de valor. O segmento, que vem registrando crescimento contínuo e deve crescer mais 2,9% em 2024, segundo estimativa do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), tem grandes oportunidades de inovar.
Quando trazida para o dia a dia da construção civil, a ISO de inovação se mostra como uma forte aliada na otimização dos canteiros e na maior qualidade no resultado das obras. Afinal, a digitalização vêm sendo uma prática crescentemente adotada pelo setor, em busca de soluções e estratégias que possam ser aplicadas em diversas etapas do processo de construção, permitindo que sua execução se torne mais ágil, segura e sustentável.
Entretanto, não basta investir em tecnologias. Antes disso, é preciso desenvolver as pessoas, partindo da criação de uma cultura de inovação, onde os colaboradores sejam estimulados a pensar em novas ações, despertando para a criatividade e geração de novas ideias. Isto posto, é hora de estabelecer processos capazes de transformar ideais em resultados.
E é justamente neste ponto que a ISO de Inovação faz a diferença. Com esta metodologia, a empresa define onde quer chegar, quais são seus objetivos estratégicos, os processos, a política, o escopo, as metodologias que serão utilizadas para a realização de valor por meio da inovação e, principalmente, os indicadores que serão acompanhados para saber se a empresa está no caminho certo ou necessita de ajustes de rota.
A metodologia contribui para uma melhora nos processos e otimização das rotinas a partir da promoção da criação de um mindset inovador nos times para que compartilhem suas ideias e os incentivem a testá-las. Tudo isso, apoiados por uma gestão de inovação robusta e flexível, considerando a ampla gama de possibilidades de ideias inovadoras capazes de gerar valor à empresa.
Ao invés de estabelecer métodos rígidos, sua implementação é inteiramente adaptável às necessidades das empresas, oferecendo as melhores diretrizes a serem percorridas por cada uma. Independentemente se for através do desenvolvimento de novos produtos ou serviços que permitam o aumento das vendas e crescimento do negócio, processos aperfeiçoados, ou incorporação de tecnologias mais robustas, é fato que o uso desta metodologia traz processos cada vez melhores em suas operações – além de também servir como um selo de reconhecimento perante parceiros, investidores e dos próprios clientes.
O melhor é que não há qualquer pré-requisito para sua implementação e as empresas interessadas deverão passar por algumas etapas que compõem este processo. A melhor forma de obter êxito nessa jornada é contando com a orientação de uma consultoria especializada, que dará todo o suporte necessário, desde a análise do grau de maturidade do negócio até seu preparo para a auditoria de certificação.
Os benefícios da ISO de inovação são enormes, mas variam de uma empresa para outra. Além de acesso a incentivos fiscais pela Lei do Bem ou mecanismos de financiamento público ou privado, as empresas que adotam o modelo percebem os benefícios de um processo bem definido para a gestão da inovação, com mapeamento de riscos, avaliação de oportunidades e estabelecimento de recursos para a inovação, como infraestrutura, conhecimento e até mesmo budget.
Incorporar a ISO de Inovação não precisa ser uma realidade distante na construção civil, muito menos uma estratégia que demande altos investimentos. Essa é uma metodologia completamente flexível que se adequa à realidade e necessidade das empresas, podendo ser adotada até mesmo por meio de transformações simples que irão gerar resultados enormes à empresa e a todo o mercado de construção. Sem dúvida, é um investimento certeiro e com rápido retorno.
Alexandre Pierro é mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e sócio fundador da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.