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REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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Revestimentos anticorrosivos
película de óxido. Já a corrosão eletro-
química é a grande responsável pela de-
terioraçãodas armaduras na construção
civil e ocorre em meio aquoso, caracte-
rizando-se pela formação de uma pilha
ou célula de corrosão na superfície do
aço. Para que haja a corrosão eletroquí-
mica são necessárias as seguintes condi-
ções: existir um eletrólito, diferença de
potencial, oxigênio e agentes agressivos.
Casoqualquerumdesses elementos seja
retirado, oua entradade oxigênio for in-
terrompida, o processo é paralisado.
Os gastos
A corrosão é um fenômeno presente
nos mais diferentes segmentos indus-
triais, tais como petróleo & gás, papel &
celulose, açúcar & etanol, biocombus-
tíveis, químico & petroquímico, fertili-
zantes, cloro&soda, saneamento básico,
ETE & ETA, automobilístico, alimentos
&bebidas, não ferrosos, entre outros.
Estima-se que no Brasil os gastos
com a corrosão correspondem a 3,5%
do PIB e nas indústrias sujeitas às
ações corrosivas mais agressivas, como
o setor químico e petroquímico, por
exemplo, o percentual é ainda maior.
Portanto, uma manutenção efetiva,
utilizando produtos de alta qualidade
e desempenho, se torna indispensável
para a proteção de estruturas e equi-
pamentos, resultando em considerá-
vel redução dos custos de produção.
Sabe-se que o revestimento anticorrosi-
vo responde por menos de 2% do cus-
to de um equipamento industrial, no
entanto desempenha um papel vital na
redução da manutenção e acréscimo de
vida útil dos mesmos, e, por conseguin-
te, na lucratividade que eles proporcio-
nam. Mesmo assim no Brasil, na área
da construção civil, segmento de obras
de arte (estruturas de viadutos, pontes,
túneis entre outros) e na recuperação de
estruturas de concreto (vigas e pilares)
ainda é pequena a participação dos re-
vestimentos anticorrosivos e reforços es-
truturais em fiberglass se compararmos
com os países do Primeiro Mundo. “O
motivo certamente é a falta de visão dos
nossos dirigentes e autoridades. Aqui
o setor público ainda pensa de forma
imediatista. Já no segmento industrial,
onde a corrosão se apresenta de forma
mais agressiva, esse sistema de proteção
é largamente utilizado emequipamentos
de concreto e aço, tais como tanques de
efluentes, torres de estocagem e proces-
so, pisos, canaletas, diques de contenção,
vasos de pressão, tanques metálicos de
estocagempara combustíveis, estruturas
metálicas, vigas, pilares etc.”, observam
os engenheiros Attilio Jacobucci Junior e
NelsonAraujo Leite, ambos diretores do
Grupo Rust &Resinar.
Em busca das patologias
Fabio Ladeira Barcia, diretor técnico
da Polinova, ressalta que as estruturas
metálicas e de concreto são as que exi-
gemmaiordesempenhodosrevestimen-
tos anticorrosivos, por serem estruturas
primárias e secundárias que formam o
esqueleto ou a base de sustentação. “O
uso de um revestimento inadequado ou
aplicado de forma errada pode compro-
meter muito a durabilidade e a seguran-
ça das estruturas”, completa Barcia.
Na opinião de Juliana Serafim Fran-
cisco, engenheira de pesquisa e desen-
volvimento da Dow Coating Materials,
estruturas como treliças ou armaduras
de um aeroporto ou de um estádio que
são expostas às intempéries ou mesmo à
atmosferamarinha sãoos casos demaior
preocupação. “Os re-
vestimentos anticor-
rosivos podem e de-
vem ser utilizados em
diversas aplicações da
construção civil, como,
por exemplo, na prote-
çãode grandes estrutu-
ras metálicas aparentes
(pontes metálicas, pas-
sarelas, treliças, termi-
nais de passageiros,
fachadas de edifícios etc.) enão aparentes
(vergalhões de aço dentro de estruturas
de concreto), e em pequenas estruturas,
como portões, grades etc. Estruturas ins-
taladas em locais de difícil manutenção
também devem ser levadas em conside-
ração, pois necessitam de uma proteção
mais duradoura, com revestimentos de
maior performance”, detalha Juliana.
Carlos Russo, diretor técnico da
Adexim-Comexim:
“Somente o cobrimento das ferragens
já solucionaria grande parte dos
problemas. O uso de espaçadores entre
a forma e a ferragem ajuda a sanar esse
tipo de problema.”
Márcio de Mello Velletri, engenheiro civil e diretor
comercial do Grupo Velletri