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REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
64
artigo
Madeira
tratada na
construção
* Por Humberto Tufolo Netto
Para que a madeira seja mais bem empregada em nos-
sas construções alguns paradigmas devem ser vencidos
por meio de esclarecimentos em nossos centros de for-
mação de profissionais técnicos da construção. Esses pa-
radigmas foram apresentados por Ennio Lepage no En-
contro Técnico em Preservação de Madeiras, realizado
em 2010, em Imbituba (SC), estabelecendo os graus de
prioridade apresentados a seguir, em escala decrescente.
-segurança questionável contra o fogo;
-imagem de pouca durabilidade;
-falta de conhecimento e de experiência na engenha-
ria e construções com madeiras;
-a madeira não é considerada como um material es-
trutural autêntico, pela maior parte dos projetistas;
-práticas construtivas tradicionais.
A tecnologia da preservação de madeiras, especial-
mente para madeiras de reflorestamento, é uma respos-
ta para esses questionamentos. Os pequenos impactos
ambientais negativos causados pela madeira
tratada são superados pelos benefícios decor-
rentes da extensão da vida útil em serviço quan-
do comparada com a madeira sem tratamento.
Um consenso entre os técnicos em preserva-
ção de madeira no País permitiu a elaboração
de uma classificação dos diversos usos da ma-
deira preservada, em função da intensidade
de atuação dos agentes biológicos existentes.
A tecnologia da preservação de madeiras ser-
ve de resposta para a aplicação das madeiras
de baixa resistência biológica como elemento
construtivo em áreas de grande agressivida-
de, como exposição ao intemperismo, umida-
de permanente, contato com o solo, bem como aque-
las que possuam elevada responsabilidade estrutural.
O emprego de produtos preservativos, com respostas para
as questões da segurança à saúde para o construtor e usu-
ários, foi essencialmente importante para o uso crescente
da madeira preservada na construção. As exigências im-
postas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambien-
te e dos Recursos Naturais Renováveis), para registros e
aprovação de preservativos de madeira, asseguram e con-
tribuem para a construção de uma cadeia de produção
consciente, regulamentada e com fundamentos produti-
vos responsáveis, que adotem boas práticas de fabricação.
Atualmente, o custo da madeira de pinus tratada com-
parada com a mesma espécie sem tratamento é de
aproximadamente 50% maior. Entretanto, o desem-
penho de durabilidade esperado para a madeira de
pinus tratada é até mais de 10 vezes superior ao de-
sempenho da mesma espécie não preservada, consi-
“Atualmente, o custo da madeira de pinus tratada
comparada com a mesma espécie sem tratamento
é de aproximadamente 50% maior. Entretanto, o
desempenho de durabilidade esperado para a madeira
de pinus tratada é até mais de 10 vezes superior ao
desempenho da mesma espécie não preservada,
considerando-se a mesma condição de uso e de
agressividade biológica”