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REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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pigmentos para piso
violetas. Tânia Regina Moreno, assistência técnica para
construção civil da Lanxess, conta que a sustentabilida-
de é amplamente difundida e valorizada pelo segmento.
“A Lanxess vem estabelecendo os padrões de sustenta-
bilidade para a produção de pigmentos inorgânicos ao
redor do mundo. Destacamos o processo de fabricação
de pigmentos usados na Alemanha conhecido como
Laux, que é um dos mais sustentáveis do mundo, es-
pecialmente para a produção de pigmentos vermelhos.
Um intenso calor é gerado pela reação exotérmica, in-
trínseca a esse processo. A energia liberada é reutili-
zada no processo de fabricação, gerando uma redução
significativa no consumo de energia externa, em torno
de 30%. Além disso, a recuperação de calor no processo
Laux permite a economia de 4,5 toneladas por ano de
água quente e uma redução de água de resfriamento em
torno de 50%”, detalha Tânia.
Mohamed Nabil Mouallem, gerente técnico da Che-
mipol, observa que com exceção das cargas minerais,
toda a gama atual de pigmentos é sintética, ora orgâni-
ca ora inorgânica, e depende do consumo de insumos
orgânicos e inorgânicos e de um grande consumo de
energia. “A maioria dos pigmentos de óxido de ferro
tem a sua origem num reprocessamento de sucatas de
ferro como principal insumo. Já os metais cobalto, zin-
co, cromos, cádmio, vanádio, titânio, cobre, entre ou-
tros, dependem mais da extração e há pouca recicla-
gem”, completa Mouallem.
Para o diretor da Microxcolor, Ricardo de Lima, a
maioria dos pigmentos utilizados é óxido proveniente
da sucata de ferro, que não contamina o ambiente. “O
maior consumo é de energia. O reprocessamento não
vai produzir materiais que possam contaminar o meio
ambiente, logo podemos moer novamente para rea-
proveitar, além de seu
uso não interferir na
impermeabi l ização
do solo”, explica.
Hamilton Oliveira,
gerente de mercado
da Aromat, faz um
alerta: “O conceito
de produtos ambien-
talmente
amigáveis
ainda é pouco difun-
dido no mercado. Há
um movimento para
a utilização de mate-
riais com apelo ecoló-
gico, mas a abrangên-
cia dessa tendência
no segmento ainda
é considerada pouco
expressiva.”
A união
Na opinião de Julio Luiz Delboni, diretor industrial
da Transcor, adicionar pigmento ao concreto no Brasil,
por uma questão cultural, ainda é bem menos usual que
nos Estados Unidos, por exemplo. Já no conceito de Luis
Carlos Pestana, gerente técnico da Química Roveri, a
parceria entre pigmento e concreto é uma tendência cres-
cente que acaba por competir com outros acabamentos,
como tintas e revestimentos cerâmicos. “Os pigmentos
estão sendo usados tanto em aplicações internas como
externas, pisos e paredes. Além da função estética, al-
guns pigmentos, devido à refração da luz, proporcionam
maior conforto térmico pela resistência aos raios UV, o
que aumenta a vida útil dos concretos”, detalha Pestana.
Independentemente de sua aplicação, vale lembrar
que o quesito qualidade é um ponto primordial. De
acordo com Marcelo Amaral Leite de Macedo, diretor
comercial da Sintequímica, um pigmento de boa quali-
dade tem de apresen-
tar fácil dispersão, alta
força tintórea e lim-
peza de cor. “Princi-
palmente na limpeza
da cor tem sido cada
vez mais difícil encon-
trar pigmentos de alta
qualidade, já que há
ofertas com tonalida-
des muito sujas, por
uma questão de custo.
No caso das dispersões
de pigmento é muito
importante que tenha
alta estabilidade, mes-
mo em altas concen-
trações. Outro fator
importante é que a vis-
cosidade não seja muito
Mohamed Nabil Mouallem, gerente
técnico da Chemipol
Ricardo de Lima, diretor da Microxcolor
Julio Luiz Delboni, diretor industrial
da Transcor