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CONSTRU
CHEMICAL
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pigmentos para piso
alta, o que dificulta o manuseio.”
Macedo acrescenta que um
bom fabricante de dispersões
tem de conseguir que o pó este-
ja totalmente moído e disperso
e a viscosidade seja de média a
baixa. “No caso de aplicar pig-
mentos em concreto é impor-
tante que sejam respeitadas as
resistências, principalmente a
álcalis, pois o concreto, em sua
cura, absorve água e libera alca-
linidade”, alerta.
Oliveira ressalta que o mer-
cado de aplicação de pigmentos
em concreto ainda é relativa-
mente pequeno. “Com a expan-
são da construção civil e eleva-
ção dos custos de mão de obra,
a praticidade de aplicação e a
durabilidade tornaram o pro-
cesso mais atrativo”, pontua o gerente de mercado da Aromat.
Mouallem afirma que a aplicação de pigmentos ao concreto ainda
não é usual no Brasil, pois temos poucos produtos e pequenas varia-
ções: “Os fabricantes têm dificuldade de precificar produtos novos e
arrojados, dando a eles preços diferenciados. É por isso que o merca-
do vive na mesmice, com produtos empobrecidos e quase artesanais
ou antiquados. A questão principal é que o formulador quer atingir
a tal reprodutibilidade de cor, mas não quer aprender a dominá-la.
Passa o problema aos pigmentos, onde acredita que uma varinha
mágica consertará todos os desvios colorimétricos das matérias-
-primas. Por exemplo: brinquedo, carro, bebida ou qualquer produ-
to colorido que tem seu padrão
de cor reprodutível é porque o
desvio de cor, de todas as subs-
tâncias que contemplam a fór-
mula, teve um controle sobre o
range de variação, atendendo
um range limitado. Infelizmen-
te, o setor de pisos e outros seg-
mentos deveriam investir para
entender a colorimetria, e não
desprezá-la.”
Desenvolvimentos
inéditos
Tânia diz que os arquite-
tos entendem que a cor agre-
ga valor à obra e o concreto é
um dos materiais mais antigos
e mais usados na construção
civil. “Então, a cor chega para
inovar essa aplicação. Além dis-
so, os arquitetos sentem maior
liberdade para criar e deixar sua marca. A
personalização da obra é um apelo muito
importante para essa aplicação. O concreto
arquitetônico colorido ganha cada vez mais
espaço, especialmente nas grandes metrópo-
les, agregando cor e vitalidade aos grandes
centros. No momento o foco está voltado
para desenvolver a cultura do concreto arqui-
tetônico integralmente colorido produzido in
loco ou em painéis e elementos pré-moldados
e pré-fabricados”, conta a assistente técnica
para construção civil da Lanxess.
A aplicação junto ao concreto, de acordo
com Macedo, elimina a necessidade de reali-
zar acabamentos como tijolo e rústico. Delbo-
ni cita a monocapa colorida, que simplifica o
acabamento e reduz custo, como exemplo de
inovação. Pestana destaca o PU crete e o res-
surgimento de aplicações tradicionais rústicas.
De acordo com Mouallem, os apelos de
construção, arquitetura e paisagismo são in-
finitos, mas o mercado está longe de uma di-
versidade que encha os olhos. “Sem a inova-
ção das cores o crescimento é vegetativo. Para
romper essas barreiras deve-se tomar mais in-
timidade com a cor. Há 30 anos, a maior loja
de tintas no Brasil não oferecia mais de uma
centena de opções de cores. Hoje, graças à co-
lorimetria, uma loja, com apenas um equipa-
mento pode produzir 2200 cores. Fantástico”,
completa o engenheiro e gerente técnico da
Chemipol.
Hamilton Oliveira, gerente de mercado da
Aromat
Luis Carlos Pestana, gerente técnico da
Química Roveri
Marcelo Amaral Leite de Macedo, diretor
comercial da Sintequímica