Revista ConstruChemical - Edição 22 - page 16

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CONSTRU
CHEMICAL
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ADITIVOSPARACONCRETO
propriedade, situada em Sorocaba (SP). Várias
iniciativas esporádicas de fabricação de cimento
foram desenvolvidas nessa época. Assim, chegou
a funcionar durante apenas trêsmeses, em 1892,
uma pequena instalação produtora na ilha de
Tiriri, na Paraíba, cuja construção data de 1890,
por iniciativa do engenheiro Louis Felipe Alves
daNóbrega, que estudarana França e chegara ao
Brasil comnovas ideias, tendo inclusiveoprojeto
da fábricapronto epublicado em livrode sua au-
toria. Atribui-se o fracasso do empreendimento
não à qualidade do produto, mas à distância dos
centros consumidores e à pequena escala de pro-
dução, que não conseguia competitividade com
os cimentos importados da época.
AusinadeRodovalho lançouem1897 suapri-
meira produção – o cimentomarca SantoAnto-
nio–eoperouaté1904,quando interrompeusuas
atividades. Voltou em 1907, mas experimentou
problemasdequalidadeeextinguiu-sedefinitiva-
mente em 1918. EmCachoeiro do Itapemirim, o
governodoEspíritoSanto fundou, em1912, uma
fábrica que funcionou até 1924, com precarieda-
de eproduçãode apenas 8mil toneladas por ano,
sendo então paralisada, voltando a funcionar em
1935, apósmodernização.
Todas essas etapas não passaram de meras
tentativas que culminaram, em 1924, com a im-
plantação pela Companhia Brasileira de Cimen-
to Portland de uma fábrica em Perus (SP), cuja
construção pode ser considerada como omarco
da implantação da indústria brasileira de cimen-
to.Asprimeiras toneladas foramproduzidaseco-
locadasnomercadoem1926.Atéentão, oconsu-
mo de cimento no país dependia exclusivamente
do produto importado. A produção nacional foi
gradativamente elevada com a implantação de
novas fábricas e a participação de produtos im-
portados oscilou durante as décadas seguintes, até praticamente
desaparecernos dias dehoje.
BENDITASEVOLUÇÕES
Hoje, em qualquer lugar, é possível ver concreto. Omaterial
faz parte de praticamente todas as construções, de edificações
residenciais a grandes obras de infraestrutura, como as rodovias
que cortam o País. Acabou virando o material mais consumido
nomundo. Entre 2005 e 2012, enquanto o consumo de cimento
avançoumais de 80%, o aumentodo concretopreparado em cen-
trais foi de 180%.
Pesquisa inédita realizada em parceria pela Associação Brasi-
leiradeCimentoPortland (ABCP), e8 inteligênciaeaUBMBrazil
traçouperfis e tendências parao setor. Amudançada culturados
construtores também é um fator que colabora com esse cenário.
Autilização de sistemas construtivos racionalizados à base de ci-
mento e concreto tem crescidode forma significativanos últimos
anospor contadademandaporhabitação. “Oconcretopreparado
emcentraiscresceauma taxa superioraocrescimentodaconstru-
ção civil porque seus sistemas construtivos têm ganhado a prefe-
rênciadosconstrutoreseporque temcaídoonúmerodeobrasque
rodam concreto sem o uso do serviço das concreteiras”, observa
Valter Frigieri, diretor demercadodaABCP.
São três os principais canais de consumo de concreto aponta-
dospelapesquisa.As construtoras, principalmentedeedificações,
são as grandes consumidoras de concreto dosado em central. As
de infraestrutura consomem bastante concreto, mas é comum
montar sua central no canteiro. Em2006, o concreto representava
7,2%do total gasto emmateriais, enquanto em 2011 esse percen-
tual alcançava 8,7%–oque representouum ganhode 21,2%para
o concretonoperíodo.
Apesquisademonstraqueo setorde concretopossui umgran-
de potencial de expansão. Nos países desenvolvidos, o canal con-
creteira apresenta umamaior representatividade que a observada
no Brasil. “Nomercado americano, por exemplo, em 2013 cerca
de 70%do cimento foi vendidopelo canal concreto, enquantono
Brasil, dados de 2011 revelados pelo SNIC/FGV indicavam que
28%das construtoras aindaproduziam concretonaprópriaobra”,
dizFrigieri.
Considerando a pro-
jeção do PIB Brasil e
do PIB da Construção
para os próximos cinco
anos, além de mudan-
ças no comportamento
construtivo, a pesquisa
projeta que a produção
de concreto nas centrais
atingirá 72,3milhões de
metros cúbicos em2017,
crescimentode41,2%no
períodode cinco anos, a
uma taxa anual de 7,1%.
Um dos nichos de
RicardoFaria, coordenador técnicodaVedacit
RenatoStoicov, gerente de vendas –Resource
Efficiency Silanes daEvonik
1...,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15 17,18,19,20,21,22,23,24,25,26,...52
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