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Cloro-álcalis: cadeia produtiva injeta mais R$ 7,5 bilhões na economia brasileira, mostra balanço socioeconômico da Abiclor

20/05/2021 - 13:05

A contribuição da indústria brasileira de cloro e álcalis para o desenvolvimento econômico e social do Brasil vai muito além da geração de renda, empregos e impostos. Estima-se que, em 2019, para cada real de valor adicionado pela indústria de cloro-álcalis, tenham sido gerados outros R$ 2,30 nos demais setores a montante da economia brasileira que são demandados por essa indústria. Tomando por base a renda dessa indústria em 2019, que foi de R$ 2,294 bilhões, foram criados R$ 5,270 bilhões a mais de renda no país, da indústria extrativa até os serviços. Os R$ 7,564 bilhões gerados equivalem a 1,1% do PIB industrial brasileiro, segundo o Balanço Socioeconômico da Indústria de Cloro-Álcalis Brasil 2020, elaborado pela Ex Ante Consultoria. 

“De tudo o que a indústria do cloro-álcalis adiciona de valor à economia, quase 40% retorna diretamente para a sociedade, seja na forma de impostos e contribuições, seja como pagamento de salários e encargos trabalhistas ou em benefícios concedidos aos funcionários”, afirma o diretor executivo da Abiclor, Martim Afonso Penna. 

A renda da indústria de cloro-álcalis foi gerada por 1.440 empregos diretos -  cada trabalhador adicionou à economia R$ 1,593 milhões em 2019. Além de emprego, a indústria foi responsável ainda pela criação de outros 11,6 mil postos de trabalho especialmente em quatro setores: serviços prestados às empresas, comércio, extrativa mineral e serviços industriais de utilidade pública. 

Apesar de não ser intensiva em mão de obra, a indústria de cloro-álcalis se distingue pela elevada qualidade dos empregos gerados. O salário médio - R$ 6,6 mil mensais - é três vezes maior na comparação com os demais setores. A jornada dos profissionais também é menor do que na indústria de transformação: 40 horas semanais ante 43 horas, respectivamente.

O último Relatório Anual de Indicadores Sociais (RAIS) do Ministério da Economia indica que os empregados da indústria de cloro-álcalis tinham 13 anos de educação formal em média, acima do nível educacional da média dos trabalhadores com carteira assinada no país (de 11,9 anos) e dos empregados da indústria de transformação (11,1 anos). 

Considerando-se todos os impostos diretos e indiretos presentes nos produtos da indústria de cloro-álcalis, independentemente de terem sido arrecadados pelas empresas do setor ou por algum de seus fornecedores, estima-se que tenham sido coletados R$ 4,595 bilhões aos cofres municipais, estaduais e federal. A folha de pagamento do setor alcançou R$ 177 milhões, sendo R$ 124 milhões de salários e remunerações e R$ 53 milhões de contribuições sociais. 

O cloro desempenha papel central em quase todos os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Lançados em 2015, os ODS são metas de desenvolvimento socioeconômico e ambiental a serem atingidas até 2030. Quatro desses objetivos estão intrinsecamente associados aos usos da cadeia produtiva do cloro-álcalis, muito embora a enorme penetração dos derivados desses produtos na economia impacte praticamente todos os 17 ODS. 

Consumo de cloro e álcalis

O Balanço Socioeconômico da Indústria de Cloro-Álcalis no Brasil 2020 destaca também que os brasileiros consumiram, em 2019, 863,9 mil toneladas de cloro e 2,278 milhões de soda cáustica e potassa cáustica. A produção doméstica de cloro representou 99,3% do consumo nacional, a produção de soda cáustica, 40,7% da demanda.

Entre os setores que mais se destacam no consumo de cloro, hipoclorito de sódio e ácido clorídrico estão a indústria de transformação, que absorveu 21,3% da demanda, e de saneamento, com 3,0% do consumo total, além da própria indústria de cloro-álcalis (integrados).

Já o consumo industrial de soda cáustica absorveu 65,2% da demanda. Os destaques são a indústria de papel e celulose, com 35,6%, química e petroquímica, com 26,9%, a indústria de sabões e detergentes, com 11,9%, e metalurgia e siderurgia, com 9,9%. Os demais setores industriais consumiram 15,7% do total. 

Em 2019, a produção de soda cáustica foi de 928,9 mil toneladas e a de cloro, de 857,3 mil toneladas. Além disso, a indústria produziu 258,2 mil toneladas de ácido clorídrico e 70,7 mil toneladas de hipoclorito de sódio. 

O consumo de soda cáustica caiu 98% entre 2014 e 2019, indicando que os bens importados ganharam enorme participação no consumo no período avaliado. Em 2014, as importações de soda cáustica no consumo nacional representavam 45,2%, índice que subiu para 59,3% em 2019, com reflexo negativo e redução da produção nacional. Em 2009, a participação das importações era de apenas 37,1%.

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