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Produção de cloro-álcalis retoma curva de crescimento

22/02/2022 - 09:02

Dados da Abiclor mostram que a produção de cloro cresceu mais de 23% em 2021 em relação a 2020, mas indústria ainda opera com capacidade instalada ociosa, permitindo aumento da produção de acordo com a demanda do mercado

Depois de seis anos apresentando variação negativa, a produção de cloro-álcalis voltou a registrar números positivos. No ano passado, a produção de cloro atingiu 936,4 mil toneladas, crescimento de 23,5%, e a produção de soda cáustica foi de 1.021,5 mil toneladas, avanço de 24,7%, informa a Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor). 

A melhora da produção se deve, principalmente, à retomada das operações da fábrica da Braskem em Maceió, Alagoas. A unidade voltou a operar em março de 2021, com capacidade reduzida em razão de ajustes operacionais e de parada programada de manutenção preventiva.  Concluídos os trabalhos, a fábrica terá condições de operar com plena capacidade, contribuindo para o aumento da produção nacional de cloro-álcalis. 

O crescimento de produção das demais empresas, inclusive com caso de volumes históricos de produção de uma das associadas, também contribuiu para a maior disponibilidade de produtos para atender a demanda do mercado.

Com capacidade instalada de 1,5 milhão de toneladas, a indústria ainda opera com ociosidade alta. Nos últimos anos, a produção ficou abaixo de 1 milhão de toneladas/ano. Em 2021, o fator de utilização da capacidade instalada média da indústria foi de 65,9%. A expectativa é que essa taxa aumente com a demanda por cloro considerando os investimentos previstos a partir da implementação do novo Marco do Saneamento. As metas previstas na nova lei do Saneamento são: 99% de distribuição de água tratada (hoje são 84%), 90% de coleta e tratamento de esgoto, ante os 50% atuais, e redução de perdas para 25%, que hoje superam a casa de 40%.

“O setor tem condições de atender plenamente a demanda projetada para os próximos anos, com eventual pico em 2030”, afirma o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), Martim Afonso Penna. “Além de operarem com capacidade ociosa, as indústrias também estão planejando e algumas já iniciaram novos investimentos, tendo em vista o crescimento esperado da demanda futura por conta das metas do Marco Legal do Saneamento”, afirma ele. 

Além do tratamento de água, cloro, soda cáustica e potassa cáustica abastecem mais de 16 setores da atividade econômica, atendendo à demanda de diferentes segmentos das indústrias de defensivos agrícolas e fertilizantes foliares, produtos de higiene e limpeza, papel e celulose, componentes eletrônicos, metalurgia, têxtil, como conservantes na indústria alimentícia, entre outras.

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