quantiQ

Indústria de blocos de concreto: perspectivas caem para o segundo semestre

25/07/2012 - 17:07

Fabricantes de blocos de concreto revertem expectativas, devido ao aumento da oferta, que supera a demanda prevista.

Os fabricantes brasileiros de blocos de concreto reverteram as expectativas otimistas apontadas no final de 2011 para o primeiro semestre deste ano, devido ao forte aumento da capacidade instalada, que supera, em muitos estados, o incremento da demanda e, também, à diminuição do ritmo de crescimento do PIB brasileiro neste ano. A maioria dos fabricantes (55%) espera, no máximo, a manutenção do volume de negócios neste segundo semestre de 2012. Há, porém, uma parcela de fabricantes (48% do total) que espera crescer entre 10% e 20% nesse período, incremento esse que se deve principalmente ao mercado imobiliário, ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e a obras de infraestrutura, segundo pesquisa semestral realizada com seus associados para analisar as expectativas do mercado pe la Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto (BlocoBrasil). Esta edição, de junho de 2012, apresenta as previsões para o segundo semestre de 2012.

Cerca de 45% dos fabricantes esperam alcançar crescimento de até 20% nos próximos seis meses – no primeiro semestre eram 60%. A manutenção do nível atual de atividades é a expectativa apontada por 43% dos fabricantes associados à BlocoBrasil, enquanto 6,06% das empresas consultadas previram redução de atividades – ante 2,2% no semestre anterior. Os principais fatores para as empresas que têm expectativas otimistas: o aquecimento do mercado imobiliário (36,9%) e o programa Minha Casa, Minha Vida (26,31%). Obras de infraestrutura ocupam o terceiro lugar nesse ranking, com 23,68% das respostas.

As duas medidas mais mencionadas pelos fabricantes para dar conta do aumento da demanda são a aquisição de novos equipamentos (36%) e a adoção de ações para o aumento da produtividade. Em terceiro lugar entre as medidas previstas, está a contratação de novos funcionários (20%). Entre as que esperam reduzir o volume de negócios, o corte de turnos e de funcionários são as medidas apontadas para enfrentar a diminuição de atividades. Entre os problemas apontados, a elevação da concorrência, com superoferta de blocos em alguns estados, como o Rio de Janeiro, por exemplo, que passou de uma produção total de seis milhões de blocos/mês para 20 milhões/mês em 2012, estão também a elevação dos preços das matérias-primas devido à grande demanda por esses produtos na construção civil e o pequeno número de fornecedores principalmente da indústria cimenteira, do aço, derivados de brita e areia lavada. A elevação dos salários médios é outro problema apontado pela indústria setorial; em alguns estados, o aumento do custo da mão de obra foi de 60%.

O segmento mais representativo para os fabricantes é o de blocos de concreto (53,84%) e, dentre eles, o bloco estrutural (57,69%), enquanto os pisos intertravados de concreto devem responder por 46,15% do faturamento.

  Mais notícias