País precisa formar 60 mil novos engenheiros por ano para atender o crescimento e os grandes eventos, mas só 38 mil novos profissionais ingressam no mercado
Faltam engenheiros no Brasil, mas oferta de vagas não corresponde à procura dos profissionais. Este problema nacional tem explicações que vão desde a velocidade do crescimento econômico no país até a evasão nas faculdades. Segundo dados do Censo de Educação Superior (Inep/MEC), o Brasil formou apenas 38 mil engenheiros em 2010. E para atender o crescimento da economia, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os grandes eventos esportivos, como Copa das Confederações, Copa de 2014 e Olimpíadas, o país precisa anualmente de 60 mil novos especialistas. Ou seja, a realidade é 63% abaixo da necessidade.
No período de 24 a 26 de setembro, centenas de profissionais de todo o Brasil estarão reunidos em São Paulo para discutir, entre outros temas, a escassez da mão de obra para suprir a carência de infraestrutura no país. “Precisamos elevar a remuneração, incentivar os recém-formados e pensar em benefícios voltados à inclusão dos profissionais que acabaram deixando o mercado por falta de oportunidade. Em suma, tomar medidas para que os nossos profissionais aproveitem as oportunidades que se abrem, descartando a importação de mão de obra”, alerta o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Celso Pinheiro.
Com a presença do governador Geraldo Alckmin na abertura, a oitava edição do Congresso Nacional dos Engenheiros (Conse), é uma iniciativa da FNE, e irá contar com palestras do ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, e do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
Não é de hoje que a FNE alerta para a falta de profissionais nos diversos segmentos da engenharia. Desde setembro de 2006, quando lançou a primeira versão do “Cresce Brasil”, a entidade chama a atenção da sociedade para o assunto. O documento, lançado há seis anos virou uma ferramenta valiosa para a mobilização da categoria em torno do desenvolvimento nacional e para apontar ao governo federal os principais gargalos de infraestrutura.
Desde então, o projeto dos engenheiros foi apresentado a diversas autoridades e com elas debatido. Um reflexo positivo desse esforço foi a presença de inúmeras propostas do “Cresce Brasil”, no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciado em 2007 pelo governo federal.
Realizado a cada três anos, o encontro mais importante da FNE, a exemplo das edições de 2006 e 2009, colocará em pauta o debate sobre desenvolvimento, sob o tema “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento - País + Inteligente”. “Com isso, a federação reafirma sua convicção da necessidade de manter e aprimorar políticas que estimulem a atividade econômica e beneficiem a produção e o emprego”, acrescenta Pinheiro.
Em 2009 o projeto foi atualizado e ampliado, sob o título “O Cresce Brasil e a superação da crise” http://www.fne.org.br/cresce_brasil/cresce_brasil/biblioteca. Atualmente, coloca o seu foco na Copa 2014, seus desafios e a oportunidade que representa em termos de avanço na infraestrutura das cidades-sedes dos jogos no País.
Juntamente com o balanço do projeto e o debate sobre suas perspectivas, a FNE lança publicação com a memória da iniciativa, que também merecerá uma exposição focando sua contribuição ao desenvolvimento.
Serviço:
VIII Conse - Congresso Nacional dos Engenheiros
Data: 24 a 26 de setembro de 2012
Local: Sala São Paulo e Novotel Jaraguá
Tema do evento: “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento - País + Inteligente”