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Em parceria com FGV, Abramat divulga novo estudo sobre Importações e Competitividade

25/09/2012 - 15:09

A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgou nesta quarta-feira (12/09) uma análise da conjuntura da cadeia produtiva da construção com o estudo intitulado: Importações e Competitividade na Indústria Brasileira de Materiais de Construção. O estudo aponta dados referentes à concorrência, produtividade, competitividade, evolução do preço dos importados, dados agregados e desempenho por segmento do comércio exterior de materiais, desafios da competitividade, concorrências externas e “Guerra dos Portos”.

O estudo, após colocar lado a lado a evolução das importações e a produtividade na indústria brasileira de materiais, visa mostrar que são necessárias medidas no sentido de fortalecer a competitividade, sobretudo “da porta para fora” das empresas, com ênfase nos custos de logística, energia, tributação e mão de obra. O objetivo último é favorecer a geração de renda e emprego no país, sem abrir mão dos incentivos concorrenciais e regulatórios que incentivem a inovação e a qualidade, em benefício do consumidor final.

A taxa de câmbio efetiva real, que é a medida da relação entre os preços dos produtos nacionais e dos importados, é um dos principais indicadores de competitividade. Tendo isso, acontecido por conta da valorização cambial, a competitividade da indústria brasileira de materiais de construção se reduziu em mais de 35% entre 2005 e 2011. No mesmo período, o valor das importações de materiais cresceu 15,5% ao ano em média. Para cada 1% de queda nos preços dos importados em relação aos produtos locais, o valor das importações de materiais cresceu 3%. A participação das importações na oferta local do setor passou de 4% em 2005 para 5,2% em 2008, chegando a 6,2% em 2011.

Comércio exterior de materiais de construção

Desde 2010, a balança comercial do setor tem apresentado resultados negativos. Em 2011, o déficit superou US$ 1 bilhão. Considerando o período 2008-2011 como um todo, a reversão do saldo comercial foi de cerca de US$ 1,9 bilhão. Entre 2005 e 2011, a queda passa para US$ 2,8 bilhões.

No acumulado, entre o período de 2005-2008, o valor FOB das importações de materiais de construção avançou US$ 1,8 bilhão, registrando taxa média de crescimento anual de 37,8%. No mesmo período, o valor das exportações avançou US$ 828 milhões, crescendo em média 8,7% ao ano. Já no período 2008-2011 o valor das importações avançou US$ 1,6 bilhão em termos acumulados, o que resultou em crescimento médio anual de 15,5%. No mesmo período, as exportações, no acumulado, recuaram US$ 272 milhões, o equivalente a 2,5% de queda anual em média.

Desafio da competitividade

A busca por maiores níveis de produtividade em um setor submetido a crescentes pressões concorrenciais é a reação que se espera, porém, a competitividade não é fruto somente da busca de eficiência de cada empresa, nem o aumento contínuo da produtividade resulta em menor pressão concorrencial. Na indústria de materiais, além da pressão dos importados, têm peso relevante elementos como os custos da energia e da logística de distribuição, além do peso da carga tributária.

Isso significa que para competir de igual para igual em condições sistêmicas com seus concorrentes estrangeiros, a indústria nacional deveria desfrutar de custos semelhantes de mão de obra, logística, tributação e energia. 

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