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Estratégia em ti diminui riscos para gestão de obras

22/10/2012 - 13:10

Após redução da estimativa de crescimento para 2012, indústria da construção civil aposta na tecnologia para reduzir custos e otimizar gestão.

A taxa de mortalidade de pequenas e médias empresas de construção civil no Brasil é 25% maior que a média de todos os setores em conjunto. Segundo dados do Sebrae, 33,8% das empresas da construção abertas entre 2006 e 2009 fecham as portas antes do segundo ano de funcionamento. Levando-se em conta todos os setores da economia, esse número cai para 26,9%. Em agosto deste ano, foram fechados 58 mil postos de trabalho na construção, em comparação com o mês de julho, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa redução representou queda de 3,6% na ocupação do setor, no conjunto das sete regiões metropolitanas pesquisadas.

Para fazer frente a esse cenário, os setores estratégicos das empresas de construção civil têm buscado técnicas de planejamento, controle da produção e gestão de obras, sobretudo, visando a redução de custos. "O mercado de construção no Brasil está percebendo que a tecnologia pode e deve ser utilizada para otimização de processos e diminuição de custos", afirma Felipe Horta, CEO da Platão Sistemas, empresa desenvolvedora de softwares para a área de serviços.

A Platão desenvolveu um sistema ERP inteligente voltado ao setor de engenharia, que reúne de forma interativa todas as informações que uma construtora precisa. "Por exemplo, se foi feito um cadastro para uma obra de 10 sacos de cimento o sistema não permite a compra de 11. O software também aponta o melhor preço de cada produto, por fornecedor. Fechado o negócio, ele faz um alerta cinco dias antes da entrega. O sistema também permite acompanhar a evolução dos serviços contratados e, se um engenheiro faz um pedido, o responsável pelo setor de compras recebe um alerta imediato", detalha. O sistema funciona 100% online e pode ser acessado de qualquer ponto com internet, inclusive por tablets e smartphones.

Para o sócio da RKM Engenharia, Ricardo Alfeu, o momento é propício para soluções em TI especializadas no setor de construção, mas as construtoras buscam sistemas de fácil acesso e de baixo custo de implementação. "A RKM tem 20 anos e já usou diversos sistemas muito avançados que existem no mercado, mas nenhum atendeu completamente. Em muitos casos o programa é até completo, mas precisa de uma equipe de TI interna para cuidar dele, o que encarece bastante para a empresa. Já o sistema da Platão é de simples acesso. Na RKM, o sistema é usado desde o presidente até a faxineira", avalia.
 
Dados sobre o setor

- A taxa de mortalidade de pequenas e médias empresas de construção civil no Brasil é 25% maior que a média de todos os setores em conjunto. Segundo dados do Sebrae, 33,8% das empresas da construção abertas entre 2006 e 2009 fecham as portas antes do segundo ano de funcionamento. Levando-se em conta todos os setores da economia, esse número cai para 26,9%. Taxa de mortalidade de Pequenas e Médias empresas da Construção Civil: Sudeste (29,1%), Distrito Federal (23%), São Paulo (28%), Santa Catarina (28%), Minas Gerais (31%), Rio de Janeiro (32%).

- Em agosto deste ano, foram fechados 58 mil postos de trabalho na construção, em comparação com o mês de julho, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa redução representou queda de 3,6% na ocupação do setor, no conjunto das sete regiões metropolitanas pesquisadas.

- O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE em convênio com a CAIXA, apresentou variação de 0,79% em agosto, avançando 0,5 ponto percentual em relação a julho (0,29%). O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em julho fechou em R$ 838,46, em agosto, passou para R$ 845,10, um avanço de 0,79% - sendo R$ 449,30 relativos aos materiais e R$ 395,80 à mão de obra.

- A indústria da construção civil reajustou a expectativa de crescimento para este ano - de 5% para 4% de acordo com o sindicato da construção SindusCon-SP.

- Segundo pesquisa da Escola de Administração de Empresas da FGV o investimento das corporações brasileiras em Tecnologia da Informação (TI) praticamente dobrou nos últimos 12 anos.

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