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FAPESP e GSK anunciam selecionados para sediar Centros de Excelência em Pesquisa Básica Orientada e em Química Sustentável

23/11/2015 - 13:11

Centros desenvolverão pesquisas em Química Sustentável para a inovação em fármacos e estudos sobre doenças respiratórias, metabólicas, imunologia-inflamação e antibacteriano-antivirais

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a GSK anunciaram na semana passada os projetos escolhidos para a criação de dois Centros de Excelência em Pesquisa, que serão instalados em instituições de ensino e pesquisa no Estado de São Paulo.

O primeiro deles, a ser instalado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), será voltado para a fabricação de produtos químicos sustentáveis que possam ser utilizados na descoberta e no desenvolvimento de novos medicamentos. O segundo, abrigado no Instituto Butantan, será dedicado ao avanço da pesquisa básica e para o potencial desenvolvimento de fármacos que possam responder a necessidades médicas não atendidas.

Selecionados em duas chamadas públicas de pesquisa, os projetos serão apoiados para desenvolver estudos ao longo de dez anos. Para a criação e manutenção dos Centros de Excelência serão feitos investimentos da ordem de R$ 88,4 milhões, dos quais a FAPESP e a GSK vão compartilhar R$ 34,6 milhões. Outros R$ 53,7 milhões serão investidos pelas instituições que sediarão os centros, ao longo desse período.

Os Centros de Excelência em parceria com a GSK seguem o modelo do Programa FAPESP de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) e dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP, para a realização de pesquisas de longo prazo, o que possibilita a geração compartilhada de conhecimento em áreas de interesse comum, com grande potencial para aplicação de resultados.

Com sede no Departamento de Química da UFSCar, o Centro de Excelência para Pesquisa em Química Sustentável terá o objetivo de promover o desenvolvimento e uso efetivo da química sustentável e tecnologias relacionadas. Formado por pesquisadores com projetos de pesquisa em andamento em cinco diferentes universidades públicas e colaboração com instituições nacionais e internacionais, o Centro, sob o comando da pesquisadora Arlene Gonçalves Corrêa, buscará envolver a pesquisa acadêmica, industrial farmacêutica e de biotecnologia para superar os desafios atuais em síntese orgânica, com base nos princípios da química sustentável.

O investimento colaborativo no Centro, na casa de R$ 20,3 milhões, envolve ainda os setores público e produtivo, nomeadamente empresas nacionais e internacionais farmacêuticas e de biotecnologia, indústrias e instituições de pesquisa dedicadas à saúde humana.

O outro Centro de Excelência em Pesquisa, no Instituto Butantan, terá a proposta de envolver o estudo de venenos, secreções animais, toxinas purificadas e novas moléculas com o uso de ferramentas para rastrear, identificar e validar alvos moleculares e vias de sinalização relacionados a doenças inflamatórias, como artrite reumatoide, doenças metabólicas e neurodegenerativas, entre outras, e receberá investimentos totais de R$ 33,3 milhões.

Para isso, o trabalho de pesquisa será desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, chefiada por Ana Marisa Chudzinski Tavassi, do Laboratório de Fisiopatologia do Butantan, que terá como objetivo isolar, purificar e caracterizar moléculas bioativas, a fim de obter novas formas recombinantes, com o uso de recursos da bioinformática, identificando e validando novos alvos para o tratamento de doenças inflamatórias.

Para Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, os Centros de Excelência vão permitir estudos interdisciplinares conjuntos de longo prazo, com o objetivo de vencer desafios científicos complexos e de extrema importância para a saúde humana.

O modelo para os Centros de Excelência une o dos CEPIDs ao do PITE FAPESP, garantindo a interação em pesquisa com a empresa ao longo dos 10 anos. A pesquisa, desenvolvida em conjunto entre pesquisadores da empresa e das instituições paulistas de pesquisa, sendo de longo prazo, permite objetivos ousados e a busca de resultados de alto impacto científico, econômico e social”, disse.

De acordo com Cesar Rengifo, presidente da GSK, a companhia visa promover alianças estratégicas que contribuam para o incremento de competências científicas e tecnológicas no país. “A GSK é pioneira na indústria farmacêutica com este tipo de abordagem, assim como com este nível de investimento em desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil. Estas pesquisas podem contribuir para o desenvolvimento de medicamentos com insumos locais e, com isso, aumentar o acesso dos brasileiros a produtos inovadores”, afirmou.

O investimento da companhia faz parte do programa Trust in Science, uma iniciativa  global que posiciona a GSK como um parceiro para o desenvolvimento de medicamentos relevantes na América Latina, além de contribuir para o pipeline da farmacêutica por meio de interações científicas com importantes instituições de pesquisa e o governo local. O projeto tem o objetivo de estabelecer uma cooperação duradoura na área de saúde com instituições e construir uma base de pesquisa sustentável a fim de fornecer medicamentos específicos para as necessidades dos pacientes.

Isro Gloger, diretor do programa Trust in Science, da GSK, acredita que estes projetos sejam exemplos do padrão de pesquisa conduzida como parte da iniciativa do Trust in Science. “A GSK está muito satisfeita com a parceria com organizações de pesquisa de renome mundial, como Instituto Butantan, UFSCar e FAPESP. Estou confiante de que podemos alcançar nossos objetivos comuns para estes novos Centros Brasileiros de Excelência, que incluem aprofundar a nossa compreensão científica dos mecanismos das doenças críticas, a identificação de novos ativos terapêuticos em doenças em que há uma necessidade não atendida e o desenvolvimento de novos medicamentos, baseados na química sustentável".

O anúncio dos Centros de Excelência feito na sede da Fundação, contou com a presença do Ministro do Comércio e Indústria do Reino Unido, Francis Maude, e da Consul Geral do Reino Unido em São Paulo, Joanna Crellin.

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