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Abiquim anuncia dados do setor no 20º Encontro Anual da Indústria Química

14/12/2015 - 10:12

Indústria química brasileira deverá encerrar 2015 com um faturamento líquido de US$ 112,4 bilhões

A Abiquim - Associação Brasileira da Indústria Química recebeu o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na 20ª edição do ENAIQ - Encontro Anual da Indústria Química, realizado no dia 11 de dezembro, no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo.

O ENAIQ 2015 contou com a apresentação do ministro Armando Monteiro, que falou aos presentes que o Brasil se caracteriza por seu empreendedorismo e dinamismo e, neste cenário, a indústria tem um papel importante para o desenvolvimento do PIB nacional. “Acredito que crescer por meio da indústria é a melhor forma para um País crescer”, enfatizou. O ministro Monteiro lembrou também que não existe país desenvolvido sem uma indústria forte.

Já o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, enfatizou que a indústria química é um setor importante para a macroeconomia e que muitas transformações foram feitas para gerar energia em maior quantidade e menor custo. “Estamos recuperando as bacias hidrográficas que formam a ‘caixa d’água’ do Brasil e, ao mesmo tempo, efetuando a alteração do perfil da matriz elétrica agregando a energia eólica, que passou a ser um sucesso nos leilões de energia”, informou. O ministro Braga também declarou que o Ministério de Minas e Energia está empenhado em encontrar alternativa que ofereça preço competitivo para a indústria química.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS), que é presidente da Frente Parlamentar da Química, contou sobre o trabalho desenvolvido pelo grupo no Congresso Nacional para garantir a competitividade do setor. “A frente trabalha para ser uma divulgadora das boas práticas e dos produtos que a química cria para a sociedade tornar a vida da sociedade melhor”.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participou do evento por meio de um vídeo produzido exclusivamente para os participantes do ENAIQ. Em seu depoimento, explicou que o governo trabalha para estabelecer a situação fiscal e criar confiança nas empresas e sociedade, gerando demanda no mercado e criando condições para um crescimento robusto e sustentável. Levy destacou ainda a importância do Programa Atuação Responsável - iniciativa voluntária da indústria química, gerenciada no Brasil pela Abiquim - para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Outro destaque do ENAIQ foi a divulgação do Desempenho da Indústria Química Brasileira em 2015, apresentado pelo presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Carlos Fadigas. A indústria química brasileira deverá encerrar 2015 com um faturamento líquido de US$ 112,4 bilhões, segundo estimativa da Abiquim para segmentos de produtos químicos de uso industrial e associações específicas dos segmentos de produtos farmacêuticos; fertilizantes; higiene pessoal, perfumaria e cosméticos; defensivos agrícolas; sabões e detergentes; tintas, esmaltes e vernizes e fibras artificiais e sintéticas.

O faturamento estimado para este ano é 23,3% inferior ao registrado em 2014, quando a indústria química faturou US$ 146,6 bilhões. Entre os segmentos, o destaque é o de Produtos Químicos de Uso Industrial - acompanhado pela Abiquim, que deverá encerrar 2015 com um faturamento de US$ 54,9 bilhões. Apesar da queda no faturamento, a indústria química ainda representa 9,74% de toda a indústria de transformação brasileira, o que a coloca na quarta maior participação no PIB industrial do País.

Já o déficit da balança comercial de produtos químicos deverá encerrar o ano em US$ 26,5 bilhões, resultado de importações de US$ 39,6 bilhões em produtos químicos e exportações de US$ 13,1 bilhões. O recuo de quase US$ 5 bilhões no déficit poderia ser comemorado, não fosse o forte declínio da maior parte da atividade interna do País.

Carlos Fadigas contou que, neste cenário, é necessário olhar adiante, mas para isso é preciso reduzir a instabilidade e as incertezas. O executivo lembrou que o País tem uma indústria química forte, a sexta maior do mundo, e recursos naturais para crescer, “mas é preciso reter os recursos naturais e transformá-los para promover o crescimento da indústria, como é feito nos Estados Unidos, China e Índia”.

O presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, também ressaltou os recursos naturais como petróleo, gás, a biodiversidade e minerais. “Além disso, temos profissionais capacitados que fazem acreditar que o setor vai se desenvolver”, completa.

ENAIQ 2015

O ENAIQ 2015 contou com a presença do professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Sérgio Besserman Vianna, que apresentou a palestra “A Química como Líder do Desenvolvimento Sustentável”. Sua apresentação abordou temas relativos à COP-21.

O ENAIQ também promoveu um debate sobre as soluções da indústria química para um futuro sustentável, com a participação do diretor de Operações da Mercedes Benz, Wolfgang Hänle, do membro do Comitê Executivo da Solvay, Pascal Juéry, e do COO da BKO Incorporadora e Construtora, Mario Giangrande.

Na sequência, Paul Hodges, presidente da International eChem e consultor da ICIS ministrou a palestra “Matérias-primas x Petroquímica: perspectiva de mercado”.

Durante o evento, a Abiquim e o Senai assinaram um acordo de cooperação que promoverá o fortalecimento das relações institucionais por meio de intercâmbio de informações, realização de estudos, eventos e ações para promover assuntos de interesse comum em prol da inovação industrial para a indústria química. O acordo foi assinado pelo presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, pelo diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, e pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro.

Também durante o evento, foi realizada a cerimônia de entrega dos troféus aos vencedores do Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2015, que prestigia a PD&I, reconhecendo projetos de inovação tecnológica na área química que demonstrem inventividade e criatividade. Neste ano, pela categoria Startup, a empresa Ipol Nanotecnologia recebeu o prêmio pelo projeto “Polímeros de alto desempenho aditivados com nanomateriais de carbono”. Pela categoria Empresa, a Oxiteno e o Instituto Nacional de Tecnologia (MCTI) foram os vencedores com a “Produção Biocatalítica de Ésteres”. Finalmente, pela categoria Pesquisador, o trio formado pela professora Vanderlan da Silva Bolzani, professor João Batista Calixto e professora Maria Luiza Zeraik conquistou o Prêmio com o projeto “Utilização sustentável da polpa dos frutos de umbu e umbu-cajá: produtos naturais fenólicos de alto valor agregado para a indústria de cosméticos com propriedades antienvelhecimento”.

Alunos vencedores das Olimpíadas de Química também receberam uma homenagem e entrega de medalhas.

O ENAIQ 2015 foi patrocinado pelas empresas BASF, Braskem, Nitro Química, Clariant, Columbian Chemicals, Deten, Elekeiroz, Nitro Química, Peroxidos do Brasil, Petrobras, Rhodia, Solvay Indupa, Vopak, White Martins, Clariant, Deten, Dow, Ingevity, Kraton, Lanxess, Oxiteno, Ultracargo, Unigel e Unipar Carbocloro.

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