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Inflação de materiais de construção fica em 5,15% em 2015

19/01/2016 - 10:01

É o maior avanço anual do índice paulista desde 2008, porém representa a metade do patamar geral de preços

A variação de preços dos materiais de construção no Estado de São Paulo aumentou 0,28% em dezembro e encerrou 2015 acumulando 5,15%. Calculado por meio do índice INCC/SINAPI, do IBGE, a inflação setorial havia ficado em 4,27% no acumulado de 2014 no território paulista. O avanço registrado em dezembro contrapõe a deflação de 0,16% observada em novembro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a inversão nos sentidos é maior. Em dezembro de 2014, houve deflação de 0,37% nos preços gerais de materiais de construção no Estado de São Paulo.

O índice acumulado de 2015 é o maior desde 2008. Naquele ano, a demanda fortalecida e o realinhamento dos preços internacionais haviam contaminado fortemente o índice brasileiro. A partir de 2011 a variação anual de preços gradativamente foi aumentando. Ainda assim, o INCC/Sinapi paulista de materiais de construção é menos da metade do IPCA registrado na RMSP (+11,11%) em 2015. No INCC nacional a diferença é ainda maior, uma vez que a variação do nível geral de preços ficou em 3,78% e o IPCA 10,67%.

Analisando alguns dos subitens do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)/IBGE, medidor oficial da inflação brasileira, observa-se que, tanto em âmbito estadual quanto nacional, o revestimento de piso é o subitem que mais inflacionou o setor da construção civil em 2015. Tais subitens compõe o item “Reparos” do IPCA, que findou o ano passado em 6,6% no Brasil e 8,1% na RMSP.

Para o economista Jaime Vasconcellos, do Departamento de Economia do Sincomavi, de forma geral, houve uma consolidação do avanço mais acelerado nos preços dos materiais de construção em 2015 em relação ao ano passado e anos anteriores. “Tal realidade está em consonância com os principais indicadores de preços do país”, comenta. O INPC e o IPCA, ambos do IBGE, findaram 2015 acima de dois dígitos. Pode se atribuir à pressão do câmbio mais depreciado e ao aumento de custos estruturais, como energia, transporte e armazenamento, por tal aceleração. Em sua opinião, esta inflação de custos contrapõe a demanda cada vez mais arrefecida. “Inflação elevada, crédito mais caro e seletivo, endividamento e inadimplência avançando e desemprego cada vez mais próximo de dois dígitos são os responsáveis pelo arrefecimento do mercado consumidor”, argumenta. Essa situação restringiu um aumento ainda maior do nível geral de preços dos materiais de construção em 2015. Isso não deve se alterar em 2016.

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