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Intenções de investimento da indústria química brasileira caem 56,1% em um ano

09/05/2016 - 16:05

De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o segmento de produtos químicos de uso industrial tem planejado investimentos que somam US$ 5,4 bilhões no Brasil até 2020. Em relação ao valor apurado no levantamento anterior, de US$ 12,4 bilhões, que cobria o período 2014 a 2019, houve expressiva queda, de 56,1%, nas intenções de investimento para esse novo período. “A vertiginosa queda reflete o cenário adverso, tanto do ponto de vista econômico, quanto das imprevisibilidades políticas, que não fornecem ao investidor a devida segurança para realização dos projetos. Infelizmente, as oportunidades de que o País dispõe, seja pelo mercado, seja pela importação ainda muita expressiva, seja pelo potencial de matérias-primas, tanto fósseis quanto daquelas derivadas da enorme vantagem comparativa que o Brasil possui em termos de renováveis, não estão sendo aproveitadas”, lamenta a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira.

Desse total de US$ 5,4 bilhões, US$ 5,0 bilhões são de investimentos que se encontram em andamento, dos quais US$ 1,8 bilhão refere-se a ampliações efetivas de unidades produtivas e/ou novas capacidades e US$ 3,2 bilhões são de investimentos diversos em manutenção, melhorias de processo, segurança, meio ambiente e troca de equipamentos, entre outros. O valor restante, de apenas US$ 0,4 bilhão, refere-se a projetos que se encontram em estudo e que, de acordo com Fátima Giovanna, só se realizarão com a solução de questões fundamentais da competitividade da indústria brasileira.

Além das questões internas de falta de competitividade, a química tem sofrido com a forte concorrência e pressão provenientes dos mercados externos, que operam com excedentes de produção, e veem o Brasil com excelentes vantagens, especialmente pelo tamanho do seu mercado. A Agenda da Química contém medidas importantes que têm por objetivo aumentar o investimento fixo, reduzir custos com a aquisição de matérias-primas, estimular a diversificação da produção química no Brasil, aumentar a capacitação dos recursos humanos, incentivar a produção local de produtos importados, estimular os investimentos em inovação e implantação e aumento de atividades de centros de P&D das empresas, incentivar investimentos de produtos químicos de origem renovável/sustentável, melhorar a infraestrutura para a indústria e aumentar a inserção internacional das empresas brasileiras.

“As principais propostas de solução precisam ser logo colocadas em prática para dar a sinalização que a indústria tanto almeja para voltar a investir. Mas, para que os investimentos retornem, é preciso que a indústria volte a produzir, nas atuais linhas, em condições de igualdade em relação aos principais competidores internacionais”, alerta a diretora da Abiquim.

Mais detalhes e dados sobre o assunto serão publicados no Anuário da Indústria Química Brasileira, previsto para ser lançado em maio. A publicação trará também outras informações sobre o desempenho da indústria química brasileira, como os índices de preços e de quantum; análise de balanços; valor adicionado; gastos com P&D, inovação e treinamento; e mão-de-obra. A aquisição poderá ser feita entrando em contato com o Centro de Documentação da Abiquim (Cedoc), pelo telefone (11) 2148-4766 ou pelo e-mail cedoc@abiquim.org.br.

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