Revista ConstruChemical - Edição 21 - page 18

REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
18
CONJUNTURA
Faturamentodo setordecompósitos recuou
15%no1º trimestre
CENÁRIO ECONÔMICO E CORTES NOS REPASSES DAS VERBAS
GOVERNAMENTAISEXPLICAMORESULTADO
O setor brasileiro de materiais compósitos
faturou R$ 723 milhões no primeiro trimestre
de 2015, queda de 15% em comparação ao igual
período do ano passado. Frente aos três últimos
meses de 2014, a redução foi de 14,4%. Em ter-
mos de volume de compósitos processados, as
retrações foram ainda mais acentuadas: 18,2%
e 16,2%, respectivamente, totalizando 44 mil
toneladas. Os números fazem parte do último
levantamento daMaxiquim, consultoria contra-
tada pela Associação Latino-Americana de Ma-
teriais Compósitos (Almaco).
De acordo com Gilmar Lima, presidente da
Almaco, além do atual panorama econômico
do Brasil, os principais responsáveis por esse
cenário foram os cortes e atrasos nos repasses
das verbas governamentais para os programas
sociais. “As incertezas e a falta de confiança
também fazem com que a crise se acentue ainda
mais. Por outro lado, existe um conformismo do
setor de compósitos, ilustrado pela falta de rea-
ção e de criatividade”, ele afirma.
Para o segundo trimestre, porém, a pesqui-
sa da Maxiquim aponta para um crescimento
de 8,1% no faturamento, totalizando R$ 782
milhões - em volume de material processado,
salto de 7,4%, chegando a 47 mil toneladas.
“Alguns segmentos permanecem bem, como o
de caixas d´água e o eólico. Omomento é de cal-
ma,mas tambémde buscar novos nichos e opor-
tunidades que vão surgir neste período de insta-
bilidade. Conhecimento, qualificaçãoda equipe,
modelos de negócios diferenciados, inovação e
velocidade no desenvolvimento de soluções, in-
cluindo produtos com a utilização de resíduos,
serão fundamentais para superarmos a crise”,
comenta Lima. Ele lembra também que, mesmo
diante das dificuldades, é necessário investir um
pouco mais no fortalecimento das marcas, no
treinamentoena retençãodos talentos. “Precisa-
mos, sim, repensar as nossas organizações, mas te-
mosque fazer issode formaestratégicae inteligente.”
Ainda de acordo com o levantamento da Ma-
xiquim, o setor brasileiro de materiais compó-
sitos deve fechar 2015 contabilizando um fa-
turamento de R$ 3,064 bilhões, resultado 5,6%
inferior ao obtido ano passado. Em volume, a re-
tração será de 7,1% (total de 191 mil toneladas).
Com uma fatia de 51%, a construção civil lidera o
ranking dos principais consumidores de compó-
sitos de poliéster do Brasil, à frente de transporte
(15%), corrosão (12%) e saneamento (5%), entre
outros. Já a geração de energia eólica responde por
90% da demanda por compósitos de epóxi do país.
Omercado de petróleo aparece em segundo lugar,
com 5%.
Resultantes da combinação entre polímeros e
reforços - por exemplo, fibras de vidro - os com-
pósitos são conhecidos pelos elevados índices de
resistênciamecânica e química, bem comopela ver-
satilidade.Hámais de 50mil aplicações catalogadas
em todo omundo, de caixas d’água, tubos e pás eó-
licas a peças de barcos, ônibus e aviões.
Gilmar Lima, presidente daAlmaco
1...,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17 19,20,21,22,23,24,25,26,27,28,...52
Powered by FlippingBook