Revista ConstruChemical - Edição 21 - page 19

REVISTA
CONSTRU
CHEMICAL
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CONJUNTURA
Demandaporprodutosquímicos fecha1º
quadrimestrede2015emqueda
VENDAS INTERNASE IMPORTAÇÕESTAMBÉMREGISTRARAMRECUONOMESMOPERÍODO
Deacordocom levantamentopreliminardodepartamentodeEcono-
mia e Estatística da Abiquim, o consumo aparente nacional (produção
mais importação menos exportação), importante medida do compor-
tamento da demanda doméstica, apresentou de janeiro a abril de 2015
uma retraçãode 0,9% sobre os quatroprimeirosmeses do anopassado.
Nessemesmo período, as importações caíram 11,2%, enquanto as ven-
das aomercado interno de produtos fabricados no país exibiram que-
da de 1,77%. Segundo informações do Relatório de Acompanhamento
Conjuntural (RAC), parte expressiva desse comportamento negativo
está associada à redução da atividade econômica nacional. Na avalia-
çãodadiretorade economia e estatísticadaAbiquim, FátimaGiovanna
CovielloFerreira, apossível substituiçãodeprodutosquímicosporpro-
dutos importados acabados tem sido fator depreocupaçãoparao setor:
“Alguns clientes dessas cadeias estão tendomuitadificuldadede comer-
cialização e alguns, inclusive, estão com estoques elevados eplanejando
férias coletivas, em um período totalmente atípico, em que geralmente
se concentra o maior volume de vendas e produção do ano”, alerta a
diretora.
No 1º quadrimestre do ano, sobre iguaismeses de 2014, as exporta-
ções dos produtos doRAC tiveram alta expressiva de 17%, em volume.
Vale lembrar que, por ser um segmento que opera em processo contí-
nuo, é muito difícil reduzir a produção, ainda que a demanda interna
esteja baixa. Nesses casos, a procura pormercados alternativos para os
quais as empresas possam elevar suas exportações, ainda que não re-
muneradas adequadamente, é um caminho natural para, pelo menos,
manter-se a atividade em níveis seguros de produção. Sendo assim, o
índice de produção apresentou elevação de 2,1% nos primeiros quatro
meses do ano sobre igual período de 2014. Cabe destacar ainda a volta
de plantas que realizaram paradas programadas para manutenção em
meses anteriores, puxando o índice para cima, em razão da fraca base
de comparação. O nível de utilização da capacidade instalada ficou em
apenas 79% na média dos quatro primeiros meses de 2015, taxa dois
pontos, no entanto, superior àde igual períododo anopassado.Noque
se refere ao índicedepreços, houvedeflaçãode2,96%no acumuladode
janeiro a abril, sobreomesmoperíododo ano anterior.
Na comparação dos últimos 12 meses, de maio de 2014 a abril de
2015, sobre os 12 meses imediatamente anteriores, os índices de pro-
dução e de vendas internas tiveram queda de 1,59% e 3,99%, respecti-
vamente. O índice de preços também caiunos dois primeirosmeses do
ano, especialmentepelaquedadepreçosnomercado internacional, com
resultados de -0,83% em janeiro e de -8,93% em fevereiro. Porém, o ín-
dice voltou a apresentar elevações emmarço e em abril, com resultados
de+3,51% ede+8,09%, respectivamente. Com isso, a variaçãonominal
de preços acumulada de 12 meses é de +1,90%. Descontados os efei-
tos da inflação (levando-se em consideração o IPA-Indústria de Trans-
formação, da FGV), os preços médios reais do segmento de produtos
químicos de uso industrial caíram 3,1% no
acumuladodosúltimos12mesesencerrados
em abril (resultado de um índice de preços
nominal do setor de +1,90% e de um IPA-
-Indústria de Transformação de +5,2%). Se
for utilizado o dólar como deflator, os pre-
ços reais estão 23,9% abaixo do que foram
nosúltimos12mesesanteriores (e jáhaviam
ficado 5,4% abaixo em 2014, especialmente
pela desvalorização do real frente ao dólar).
Como amaioria dos produtos químicos são
commodities, os preços no mercado inter-
no acompanham as oscilações e flutuações
ocorridasnomercado internacional.
Na opiniãode Fátima, o cenáriode curto
prazo é demuita precaução e várias incerte-
zas,masafirmaquea indústriaquímicadeve
trabalhar comuma visãode longoprazo. “O
setor carece de ações que possam estimular
as atuais plantas ao retorno da operação,
bem comomedidasmais estruturantes, que
possam atrair novos investimentos. Ter uma
indústria química forte é sinal de desen-
volvimento e o Brasil não pode perder essa
oportunidade.Opaíspossui vocaçãonatural
para a química e é fundamental agregar va-
loràriquezaderecursosnaturais,melhoran-
doapautabrasileiradeexportações, alémde
contribuir para um desenvolvimento mais
sustentável. Nesse aspecto, a química, sem
dúvida, é aparceira ideal”, conclui adiretora
de economia e estatística.
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