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ENTREVISTA
investimento fixo, a redução do custo de matérias-primas e a ampliação da participação da química de origem renovável.
A indústria química brasileira alcançou um faturamento de US$ 153 bilhões em 2012 e é o sexto maior mercado do
setor no mundo, atrás apenas de China, Estados Unidos, Japão e Alemanha. Porém, o déficit na balança comercial superou
a marca dos US$ 30,2 bilhões nos últimos 12 meses. Em 1990, 7,3% da demanda doméstica por produtos químicos eram
atendidos pelas importações e em 2012 essa fatia já aumentou para 30%.
De acordo com Fátima, o Brasil tem petróleo, enormes reservas de gás e bacias de gás de xisto, e provavelmente será
autossuficiente em dez anos. No entanto, o desafio é descobrir como fazer a ponte entre a descoberta dos recursos e o mo-
mento no qual efetivamente teremos essa matéria-prima nas mãos e precisaremos agregar valor a ela.
Confira os principais pontos da agenda nesta entrevista.
Revista
ConstruChemical
-
Como a senhora define o atual
momento do setor?
Fátima Giovanna -
Até maio, o
setor vinha numa trajetória de fal-
ta de competitividade, com uma
ociosidade extremamente elevada,
tendo problemas com exportações.
Quase um terço de toda a deman-
da nacional está vindo de produ-
tos importados. Nós temos um gás
que é quatro vezes mais caro que
o americano, assim como a ener-
gia, que representa o dobro desse
custo, além dos custos logísticos e
de infraestrutura, que dificultam e
encarecem o transporte de produ-
tos químicos. Enfim, temos uma
série de questões que afetam a
competitividade do setor. Ou seja,
o momento atual é ruim, porém há
uma sinalização de que as coisas
comecem a melhorar a partir de
agora.
Revista ConstruChemical - O
que está sendo feito para restabe-
lecer essa competitividade?
Fátima Giovanna -
Nós trabalha-
mos ativamente dentro do Con-
selho de Competitividade da In-
dústria Química, que foi criado
dentro do Plano Brasil Maior, que
estabeleceu 19 conselhos. Tivemos
dois interlocutores muito conecta-
dos com a indústria química, e o
que facilitou, também, foi o fato de
que a Abiquim havia feito ao final
de 2010 um movimento intitulado
Pacto Nacional da Indústria Quí-
mica, que apontava essa falta de
competitividade e dizia também
quais as questões que precisavam
ser resolvidas para esse quadro ser
melhorado. Dessa forma, quando
o Conselho de Competitividade
foi criado, ele já tinha um traba-
lho pronto, e nós discutimos as
principais propostas do pacto com
diversos órgãos do governo, com
a indústria e com o trabalhador,
estabelecendo uma agenda de pro-
“Hoje,osnossosinvestimentoseminovaçãosãomuitobaixos,
oquerepresenta0,7%dareceitalíquidaemP&D.NosEstados
unidos,parasefazerumacomparação,esseíndiceéde1,5%,
enquantonaEuropaficaentre2%e2,5%,enoJapãoé4%”