Revista ConstruChemical - Edição 19 - page 36

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CONSTRU
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conjuntura
Déficit emprodutosquímicos recua2,4%em
2014, totalizandoUS$31,2bilhões
Apesardareduçãoemvaloresabsolutos,volumes
praticadossãoosmaiores járegistrados
OBrasil importouUS$ 45,7 bilhões em produtos quí-
micos em 2014. O valor representa uma redução de 0,9%
em relação ao valor importado no ano anterior. Em ter-
mosdevolumes, entretanto, ascomprasexternasultrapas-
saram40,2milhões de toneladas, um expressivo aumento
de 7,3% na comparação com as quantidades importadas
em 2013. Os intermediários para fertilizantes continua-
ram sendo o principal item da pauta de importação do
setor com compras demais de 23,4milhões de toneladas,
as quais totalizaramUS$7,7bilhões em2014.
As exportações brasileiras de produtos químicos, por
suavez, deUS$14,5bilhões, em2014, avançaram2,6%na
comparação com o ano anterior, particularmente impul-
sionadas pelo aumento de vendas de produtos químicos
inorgânicos, de 15,5%, e de aditivos de uso industrial, de
26,2%. As resinas termoplásticas, com vendas deUS$ 2,1
bilhões, foram os produtos químicosmais exportados no
ano passado, um aumento de 2,3% na comparação com
2013.
O déficit na balança comercial de produtos químicos
totalizouUS$ 31,2 bilhões em 2014, valor próximo, con-
tudo US$ 400 milhões abaixo, das previsões divulgadas
pela Abiquim no Encontro Anual da Indústria Química
–ENAIQ, em dezembro passado. Omontante representa
uma reduçãode2,4%em relaçãoao total de2013, quando
o déficit em produtos químicos foi de US$ 32,0 bilhões,
o maior já registrado no histórico do acompanhamento
dabalançacomercial deprodutosquímicos.Avaliando-se
as trocas comerciais comosprincipaisblocos econômicos
regionais, em 2014, o Brasil foi superavitário apenas em
relaçãoaospaísesdoMercosul edaAladi, respectivamen-
te saldos comerciaisdeUS$710milhões eUS$1,1bilhão.
Entretanto, foram registrados resultados negativos ex-
pressivos em relação àUnião Europeia e aoNafta (Amé-
rica doNorte), que somados ultrapassaramumdéficit de
US$19,2bilhões.
Para a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da
Abiquim, Denise Naranjo, a aparente diminuição do dé-
ficit comercial emprodutos químicos nãodeve ser come-
morada, pois deriva de uma conjuntura de preços inter-
nacionais deprimidos edeum fracodesempenhode toda
a indústria de transformação em 2014. “Infelizmente não
podemos celebrar os resultados da balança comercial de
produtos químicos em 2014. Na verdade, a leve redução
do déficit basicamente se deveu a uma conjugação da
quedados preçosmédios internacionais empraticamente
todos os grupos de produtos acompanhados e de um ano
muito difícil para toda a indústria de transformação no
Brasil, com redução considerável da demanda por bens
intermediários”, destacaDenise.
Quanto às perspectivas para 2015, o presidente-exe-
cutivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, avalia que o
cenário será bastante desafiador, sobretudo con-
siderando que a parcela de produtos químicos
importadosno consumo aparentenacional atual-
mentemargeia os 35% e que existem indícios de
que produtores no exterior estãomantendo pre-
ços deliberadamente abaixo de níveis saudáveis
paraocomércio internacional. “Comoademanda
mundial aindamostraumcomportamentomuito
irregular, estoques exportáveis nos grandes mer-
cados de químicos estão disponíveis e continua-
rãoa se formarnesteano.Com issonãopodemos
excluir a possibilidade da prática de preços pre-
datórios por grandes produtores no exterior para
conquistarmercados emanter suas fábricas com
altas taxas de utilização da capacidade instalada”,
ressaltaFigueiredo.
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